Senador Sérgio Moro diz que Lula “não tem projeto” e cria “clima de revanchismo” no país

Sérgio Moro, ex-juiz da Lava Jato e atual senador pelo União Brasil do Paraná, fez duras críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma entrevista exclusiva ao InfoMoney. Moro, que recentemente foi absolvido pela Justiça Eleitoral de acusações que poderiam lhe custar o mandato, vê o Brasil “à deriva” e acusa Lula de criar um “clima de revanchismo” no país.

Absolvição e Novas Acusações

Moro, eleito senador com mais de 1,9 milhão de votos, enfrentou acusações de abuso de poder econômico, caixa 2 e uso indevido dos meios de comunicação durante a campanha eleitoral de 2022. As ações foram apresentadas pelo PL e pela federação formada por PCdoB, PV e PT. Após ser absolvido pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) e pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Moro se tornou réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por supostas ofensas ao ministro Gilmar Mendes.

Críticas ao Governo Lula

Na entrevista, Moro atribui ao governo Lula um “clima político de revanchismo” e diz que a obsessão do governo é punir “fake news” e ofensas a autoridades governamentais, negligenciando o combate ao crime organizado. “Lula não tem um projeto para o país, que está à deriva”, afirma o senador.

Pautas Prioritárias

Defensor da segurança pública, Moro criticou o projeto de lei que proíbe a delação premiada de réus presos, comparando-o ao “estatuto da Cosa Nostra ou do PCC”. Ele também elogiou a derrubada do veto de Lula ao fim das “saidinhas” temporárias de presos e defendeu a criminalização da posse e do porte de qualquer quantidade de entorpecentes, afirmando que, apesar das falhas na guerra contra as drogas, a criminalização ainda é a melhor solução.

Propostas e Perspectivas

Moro comentou sobre a PEC das Drogas, que criminaliza a posse ou porte de qualquer quantidade de droga, argumentando que a descriminalização facilitaria as atividades das organizações criminosas. Ele também se posicionou contra a anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023, afirmando que depredação de prédios públicos deve ser punida.

Foco no Senado

Sobre suas aspirações políticas, Moro disse que seu foco é o Senado e que não pretende disputar a presidência em 2026, embora queira apoiar uma candidatura para derrotar Lula e o PT. Ele comparou o desfecho da Lava Jato à Operação Mãos Limpas, na Itália, lamentando o que vê como um revanchismo político que prejudica o combate à corrupção.