
Sidônio aposta no passado para tentar reacender o brilho de Lula
Em meio à queda de popularidade do presidente, ministro da Secom resgata estratégia de 2009 e leva beneficiários de programas sociais aos palcos dos eventos oficiais
Com a popularidade do presidente Lula em declínio, o ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Sidônio Palmeira, resolveu tirar da gaveta uma velha tática que conhece bem — e que já lhe rendeu reconhecimento no passado.
A ideia é simples, mas poderosa: dar voz aos beneficiários de programas sociais, colocando-os no centro dos holofotes durante os eventos do governo. Foi o que aconteceu recentemente em Montes Claros (MG), quando, durante uma agenda pública de Lula, subiu ao palco o engenheiro civil Ben Hur Balbino dos Santos, ex-beneficiário do Bolsa Família.
Em seu depoimento, Ben Hur falou com emoção sobre como o SUS salvou sua vida e como políticas públicas como o ProUni transformaram sua trajetória:
“Estudei em escola pública. O SUS já salvou minha vida e a da minha família. O que também mudou minha vida foi o acesso à educação com o ProUni e a solidariedade de pessoas no caminho.”
A fala não foi isolada. Dias antes, no evento “Brasil Dando a Volta Por Cima”, organizado pela Secom, pelo menos três participantes subiram ao palco para contar suas histórias como usuários do Fies, Farmácia Popular e novamente, o Bolsa Família.
Segundo aliados de Sidônio, a intenção é clara: mostrar, com rostos e vozes reais, o impacto das políticas públicas do governo Lula — um contraponto direto às críticas que têm ganhado fôlego nas redes e nas ruas.
Essa fórmula de “gente comum como vitrine” não é novidade para Sidônio. Em 2009, quando trabalhava na comunicação do governo da Bahia, ele lançou a campanha “Depoimento”, com relatos de moradores do interior que finalmente tiveram acesso à água potável. A iniciativa foi premiada e é considerada um marco em sua carreira como marqueteiro.
Agora, com Lula enfrentando ventos mais turbulentos, Sidônio aposta novamente na força do relato pessoal para resgatar a imagem do governo junto à população. Afinal, mais do que números e discursos, histórias reais ainda têm o poder de tocar — e convencer.