Silvia Waiãpi Afirma que Perda de Mandato no STF é Resultado de Preconceito

Silvia Waiãpi Afirma que Perda de Mandato no STF é Resultado de Preconceito

Deputada denuncia discriminação e defende que decisão reflete uma tentativa de silenciar vozes indígenas e de direita.

A deputada federal Silvia Waiãpi (PL-AP), que teve seu mandato cassado após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) na última quinta-feira, 14 de março, se manifestou afirmando que a perda de seu cargo é fruto de preconceito. Conhecida como a “indígena do Bolsonaro”, Silvia, junto com outros seis deputados, terá que deixar a Câmara dos Deputados.

Em uma nota, a deputada declarou que a decisão do STF retira a voz de uma mulher indígena, do Amapá, representante da Amazônia, e que desde o início de seu mandato enfrentou ataques e perseguições políticas. Ela enfatizou que a discriminação contra parlamentares de sua região não deve ser normalizada.

Silvia, que pertence à etnia Waiãpi, que habita o Amapá, Pará e a Guiana Francesa, tem uma trajetória militar, tendo sido tenente do Exército e, posteriormente, nomeada por Jair Bolsonaro para chefiar a Secretaria Nacional de Saúde Indígena (Sesai).

A deputada sugeriu ainda que a decisão do STF demonstra uma resistência a ter “mulheres indígenas de direita” no poder, ressaltando que sua luta pela igualdade sem vitimização é algo que assusta muitos. Ela também afirmou que seu compromisso é com a defesa da soberania do Brasil, algo que considera ser desconfortável para muitos.

Em junho do ano passado, Silvia Waiãpi já havia enfrentado a cassação de seu mandato pelo Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE-AP) por usar recursos públicos de campanha para pagar um procedimento de harmonização facial durante as eleições de 2022. No entanto, como a decisão do TRE-AP ainda cabia recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ela manteve sua posição na Câmara.

Além de Silvia, outros seis deputados perderam seus mandatos, incluindo Augusto Puppio (MDB-AP), Gilvan Máximo (Republicanos-DF), Lázaro Botelho (PP-TO), Lebrão (União-RO), Professora Goreth (PDT-AP) e Sonize Barbosa (PL-AP).

Agora, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) será responsável por revisar os cálculos e determinar os novos ocupantes dos cargos. De acordo com estimativas, os novos deputados serão Aline Gurgel (Republicanos-AP), André Abdon (PP-AP), Paulo Lemos (Psol-AP), Professora Marcivânia (PCdoB-AP), Rafael Bento (Podemos-RO), Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) e Tiago Dimas (Podemos-TO).

A decisão do STF teve impacto significativo no Amapá, onde metade dos parlamentares será renovada, sendo que os novos representantes são aliados do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).

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