Silvinei Vasques quer acompanhar julgamento presencialmente e pede permissão a Moraes
Com tornozeleira eletrônica e liberdade provisória desde 2023, ex-diretor da PRF solicita autorização para sair de Santa Catarina e comparecer ao STF, em Brasília.
Silvinei Vasques, ex-chefe da Polícia Rodoviária Federal (PRF), quer estar frente a frente com os ministros que irão julgá-lo. Nesta segunda-feira (7), ele entrou com um pedido no Supremo Tribunal Federal para assistir pessoalmente ao próprio julgamento, previsto para ocorrer em Brasília. Para isso, precisa da autorização do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.
Desde que foi solto, em 2023, Vasques usa tornozeleira eletrônica e cumpre medidas restritivas impostas pela Justiça. Ele mora em Santa Catarina e, por conta dessas condições, está impedido de sair do estado sem autorização expressa do STF.
Preso em agosto de 2023, Silvinei é investigado por suspeita de ter utilizado a estrutura da PRF de forma indevida no segundo turno das eleições de 2022. De acordo com o Ministério Público, ele autorizou operações principalmente no Nordeste do país, com o objetivo de dificultar o acesso de eleitores — majoritariamente apoiadores de Lula — aos locais de votação. As ações geraram polêmica e foram vistas como tentativa de interferência no pleito.
Agora, com o julgamento se aproximando, o ex-diretor quer o direito de se defender olho no olho dos ministros. Segundo a defesa, a presença de Vasques na sessão é essencial para que ele possa acompanhar de perto o processo e demonstrar sua confiança na Justiça.
O pedido está sob análise de Moraes. Ainda não há uma decisão oficial, mas o gesto de Vasques — de querer estar presente no próprio julgamento — é incomum, especialmente em casos tão sensíveis politicamente.
Enquanto aguarda a resposta, Silvinei continua sob vigilância eletrônica, restrito a seus movimentos, mas determinado a enfrentar o tribunal de frente.
