Silvio Almeida aciona Justiça e pede explicações à ONG Me Too por acusações de assédio
É revoltante ver uma figura pública como Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos, entrar em ação judicial contra a ONG Me Too Brasil. Afinal, ao invés de lidar diretamente com as graves acusações de assédio sexual, ele parece mais preocupado em desviar o foco, buscando explicações da própria entidade que se dedica a dar voz a vítimas de abuso.
Conforme revelado pela coluna de Lauro Jardim, do Globo, Almeida apresentou uma interpelação ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF), exigindo que a ONG esclareça seus procedimentos e forneça detalhes sobre o caso. A pergunta que fica é: por que tanto alvoroço em torno de como a ONG conduz as denúncias? Não seria mais honesto focar em sua defesa e colaborar com as investigações da Controladoria-Geral da União (CGU), que já está investigando o caso?
Almeida, por meio de seu escritório de advogados, não apenas questiona os procedimentos da Me Too Brasil, mas também quer saber como eles armazenam informações, como reportam as denúncias às autoridades, e até mesmo o que a ONG tem a dizer sobre o caso em particular. Parece uma tentativa desesperada de minar a credibilidade da ONG, desviando o debate de onde realmente deveria estar: nas acusações de assédio.
O comunicado do ministro, onde ele classifica as acusações como “mentiras”, soa mais como uma defesa agressiva do que uma postura responsável diante de acusações tão sérias. E, como se não bastasse, ainda pede que o TJDF obrigue a ONG a fornecer detalhes de seu funcionamento, mas apenas se o tribunal achar “necessário”. Ou seja, um jogo jurídico para ganhar tempo, enquanto as vítimas seguem sem a devida atenção.
