Sobrinho de Haddad chefia empresa que movimenta bilhões e não paga imposto no Brasil

A Binance, a maior corretora de criptomoedas do mundo, liderada por Guilherme Haddad Nazar, sobrinho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está movimentando bilhões no Brasil sem pagar impostos por suas operações. Enquanto outras corretoras estabelecidas no país pagam ISS sobre as taxas de corretagem e reportam transações à Receita, a Binance alega ser uma operadora internacional, não recolhendo o ISS municipal nem reportando as transações dos usuários.

Guilherme Haddad Nazar, também nomeado diretor da empresa recentemente, enfrenta investigações relacionadas à CPI das Pirâmides Financeiras, onde a Binance foi considerada uma plataforma associada a golpes financeiros. A empresa, que tem Henrique Meirelles, ex-ministro e ex-presidente do Banco Central, em seu conselho consultivo, conta com cerca de 200 funcionários no Brasil e patrocina o Campeonato Brasileiro de Futebol.

A Binance não divulga publicamente seu faturamento, mas estimativas da CPI indicam que a empresa poderia dever entre R$ 300 e R$ 400 milhões em impostos anualmente. Em 2021, a corretora movimentou R$ 40 bilhões em uma única conta bancária, resultando em uma notificação do Banco Central ao banco Acesso, que processava os valores negociados pela Binance. O banco rompeu a parceria, e ambas as empresas estão atualmente envolvidas em uma disputa judicial de R$ 450 milhões.

Além de não recolher o ISS sobre a taxa de corretagem, a Binance não reporta à Receita a movimentação de seus clientes, alegando que a responsabilidade recai sobre os usuários. A empresa enfrenta acusações semelhantes em outros países e pagou US$ 4,3 bilhões em um acordo para encerrar uma investigação nos Estados Unidos. A Binance declara total conformidade com as regulamentações brasileiras e ressalta que está em processo de aquisição da corretora Sim;paul, atualmente em análise pelo Banco Central.