Solta e reincidente: mulher que cometeu homofobia em shopping volta a atacar no dia seguinte

Solta e reincidente: mulher que cometeu homofobia em shopping volta a atacar no dia seguinte

Jornalista que foi presa após ofender homem no Shopping Iguatemi retoma insultos homofóbicos menos de 24 horas após ser liberada. Vítima denuncia impunidade: “É desesperador”.

Menos de 24 horas depois de ser solta pela Justiça, a jornalista Adriana Catarina Ramos de Oliveira, de 61 anos, voltou a cometer ataques homofóbicos — desta vez, em um condomínio na região central de São Paulo. Ela havia sido presa em flagrante no sábado (14), após chamar um homem de “bicha nojenta” no Shopping Iguatemi, na zona oeste da capital.

Na segunda-feira (16), Adriana foi flagrada novamente proferindo ofensas de cunho homofóbico. As vítimas desta vez foram três moradores do prédio onde ela vive.

“É revoltante saber que ela foi liberada mesmo tendo cometido um crime, e logo depois voltou a agir com ódio e intolerância — agora diretamente comigo e meus amigos”, desabafou o analista de comunicação Gustavo Leão, uma das vítimas. “É como se o sistema dissesse: ‘tudo bem cometer esses crimes, não vai acontecer nada’. Isso é desesperador, porque nos coloca num lugar de constante vulnerabilidade.”

Segundo Gustavo, a mulher dizia em alto e bom som que naquele condomínio “só morava bicha, gay e homossexual”. Ao ser confrontada por um morador que pedia respeito, ela intensificou os xingamentos. O episódio foi registrado em vídeo.

Nos registros, Adriana aparece debochando e fazendo comentários como:
“Eu vou fazer musculação pra dar o c…”,
“Boiola depilada”,
“Olha a gaiola das loucas”,
e “Dá o c…, boiola”.

Em outro momento, ela afirma que os três homens “fazem sexo a noite inteira”, e é confrontada por um deles: “Me respeita!”.

Apesar da reincidência, até o momento desta publicação a Secretaria da Segurança Pública (SSP) não informou se ela foi presa novamente.


Primeiro ataque: homofobia em shopping de luxo

O primeiro episódio aconteceu no sábado (14), quando Adriana foi detida em flagrante após ofender o gerente de projetos Gabriel Galluzzi Saraiva, de 39 anos, dentro de uma cafeteria do Shopping Iguatemi. Vídeos gravados por frequentadores mostram a jornalista chamando o homem de “bicha nojenta” e “assassino”.

Segundo Gabriel, tudo começou quando Adriana se exaltou pedindo a conta de maneira agressiva. Ele tentou acalmá-la, dizendo que a funcionária já havia entendido o pedido. Foi o suficiente para que ela se voltasse contra ele.

A agressão verbal continuou mesmo depois que Gabriel se afastou. Testemunhas relataram que ela também usou termos como “pobre” e disse que ele “não deveria estar ali”.

Adriana também ofendeu policiais civis durante sua condução à delegacia, recusou-se a assinar os documentos do flagrante e resistiu a seguir os procedimentos legais. Mesmo assim, a Justiça optou por conceder liberdade provisória na audiência de custódia no dia seguinte, impondo como medida cautelar que ela não retornasse ao shopping.


A versão de Adriana

À TV Globo, Adriana afirmou que Gabriel e seus amigos estariam rindo dela enquanto ela falava ao telefone. Ela alega que foi ofendida primeiro, que sofre de ansiedade e que, no momento, está lidando com problemas de saúde: passará por uma cirurgia no joelho. “Sim, me arrependo”, disse, embora tenha admitido que xingou Gabriel de “boiola”.

Gabriel, por sua vez, nega qualquer provocação e afirma que apenas pediu calma diante do comportamento agressivo da mulher com os funcionários do shopping. Uma testemunha confirmou a versão dele.


Posição do shopping e da SSP

O Shopping Iguatemi lamentou o ocorrido e afirmou, em nota, que repudia qualquer forma de preconceito e intolerância, reafirmando seu compromisso com a diversidade.

A SSP informou que a mulher foi presa em flagrante por homofobia no sábado e que os policiais constataram as ofensas no local. No entanto, não respondeu se uma nova prisão será efetuada após os episódios de segunda-feira.


“Impunidade é combustível para o preconceito”
Para Gustavo Leão, a mensagem que fica após a liberação da agressora é perigosa. “Não é só um ataque isolado. É um sistema que permite que a violência se repita. Enquanto não houver punição de verdade, esse ciclo continua — e nós seguimos sendo alvos.”

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