
STF ainda não bateu o martelo: Bolsonaro tenta se livrar da inelegibilidade para 2026
Condenado por abuso de poder e uso indevido da máquina pública, ex-presidente aguarda decisão que pode reabrir seu caminho rumo às urnas
A corrida de Jair Bolsonaro para voltar à disputa eleitoral em 2026 ainda não está encerrada — ao menos no campo jurídico. O ex-presidente segue tentando, no Supremo Tribunal Federal (STF), derrubar a decisão que o tornou inelegível por oito anos.
A condenação foi imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em junho de 2023, após Bolsonaro ter usado uma reunião oficial com embaixadores no Palácio da Alvorada para lançar dúvidas sobre o sistema eleitoral brasileiro, numa clara tentativa de deslegitimar as urnas eletrônicas. O TSE entendeu que houve abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.
O recurso contra essa decisão chegou ao STF em dezembro do mesmo ano e foi inicialmente encaminhado ao ministro Cristiano Zanin. Porém, Zanin se declarou impedido de analisar o caso por já ter atuado como advogado do PT durante a campanha presidencial de 2022.
O processo acabou nas mãos do ministro Luiz Fux, onde permanece parado desde maio de 2024 — sem movimentações ou decisões. Enquanto isso, a Procuradoria-Geral da República já se posicionou contra o pedido de Bolsonaro, afirmando que o STF não deve revisar as provas analisadas pelo TSE.
Vale lembrar que essa não foi a primeira tentativa de Bolsonaro de se livrar da inelegibilidade: um recurso anterior já havia sido rejeitado pelo próprio TSE.
Assim, o destino político do ex-presidente segue nas mãos do Supremo. E enquanto o julgamento não avança, o Brasil assiste à possibilidade — ainda remota — de Bolsonaro retornar às urnas como candidato.