STF: Alexandre Moraes teria usado TSE para investigar participantes de protesto contra magistrados em Nova York
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), teria utilizado o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para investigar manifestantes que protestaram contra magistrados da Corte durante uma viagem a Nova York, em 2022. Segundo reportagens da Folha de S. Paulo, baseadas em mensagens vazadas, Moraes solicitou à Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) informações sobre os manifestantes, incluindo aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Essas investigações ocorreram após a divulgação de protestos contra os ministros do STF em um evento do grupo Lide Empresarial nos dias 14 e 15 de novembro de 2022. Moraes, que ainda presidia o TSE na época, teria pedido a produção de relatórios sobre ameaças e informações relacionadas às manifestações. O juiz Marco Antônio Vargas, então membro do gabinete de Moraes no TSE, envolveu Eduardo Tagliaferro, chefe da AEED, para monitorar e relatar as atividades dos manifestantes.
As mensagens sugerem que o TSE foi acionado devido à agilidade para remover publicações nas redes sociais que divulgavam, entre outras coisas, o endereço do hotel dos ministros. Apesar de questionamentos sobre a competência do TSE para atuar nesse caso, Moraes teria autorizado o uso do órgão para essas ações.
Entre os alvos da investigação estavam figuras como o cantor gospel Davi Sacer e a deputada Carla Zambelli (PL-SP), cujas postagens sobre os protestos foram monitoradas. Segundo a Folha, as investigações foram conduzidas de maneira informal, sem registros processuais oficiais, e incluíram bloqueios de redes sociais e outras medidas restritivas.
O gabinete de Moraes nega qualquer irregularidade, afirmando que todas as ações foram conduzidas dentro da legalidade e com o devido acompanhamento da Procuradoria-Geral da República.
