STF autoriza transferência de militar preso por suposto plano golpista para Manaus

STF autoriza transferência de militar preso por suposto plano golpista para Manaus

Tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, detido na Operação Contragolpe, será transferido a pedido da defesa

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta terça-feira (4) a transferência do tenente-coronel Hélio Ferreira Lima do Comando Militar do Planalto, em Brasília, para o 7º Batalhão de Polícia do Exército, em Manaus. A decisão atendeu a um pedido da defesa, que argumentou que o acusado deveria permanecer detido na cidade onde reside sua família.

Hélio Ferreira Lima é um dos chamados “kids pretos” – militares especializados em operações especiais do Exército Brasileiro – e foi preso em novembro de 2024 na Operação Contragolpe, deflagrada pela Polícia Federal (PF). Ele e outros militares são suspeitos de envolvimento em um suposto plano para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Acusação e investigação

A Operação Contragolpe resultou na prisão de três militares, um general reformado e um policial federal. Eles foram indiciados no inquérito que também investiga o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe. O caso está sob análise da Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá sobre a denúncia ao STF.

Além de Hélio Ferreira Lima, continuam presos em Brasília o general da reserva Mário Fernandes – que foi secretário-executivo da Presidência no governo Bolsonaro – e o major Rodrigo Bezerra de Azevedo. A PF aponta que Hélio, junto com outros militares, atuou no núcleo operacional do plano, sob o comando de Mário Fernandes e com apoio do policial federal Wladimir Matos Soares. As investigações indicam que o grupo usou conhecimentos técnicos militares avançados para planejar e coordenar ações ilícitas, incluindo o monitoramento do ministro Alexandre de Moraes.

Monitoramento de Moraes e reunião estratégica

Dados extraídos do celular de Hélio Ferreira Lima mostram que ele teria monitorado os deslocamentos de Moraes entre os dias 21 e 23 de novembro de 2023. Esse suposto acompanhamento ocorreu após uma reunião na casa do ex-ministro Walter Braga Netto, general da reserva, em Brasília. Segundo a PF, nesse encontro foram discutidos aspectos logísticos e o orçamento necessário para a execução das ações clandestinas.

Agora, com a transferência autorizada pelo STF, o tenente-coronel ficará detido em Manaus, enquanto o caso segue em análise pelas autoridades.

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