STF avaliará investigação contra senador por apologia à violência policial

Jorge Seif é alvo de representação após defender PM que arremessou homem de passarela em São Paulo

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidirá se o senador Jorge Seif (PL-SC), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, será investigado por apologia à violência policial. O caso foi encaminhado à Corte pela Justiça Federal de São Paulo, que atendeu a um pedido do Ministério Público Federal (MPF) devido ao foro privilegiado do parlamentar.

A representação contra Seif foi motivada por uma publicação feita em dezembro de 2024, em que ele apoiava um policial militar que jogou um entregador de aplicativos de uma passarela em São Paulo. Na ocasião, o policial foi indiciado por tentativa de homicídio. Em sua postagem no Twitter, o senador escreveu: “O erro dos policiais foi ter jogado o meliante em um córrego. Deveriam ter jogado do penhasco”, além de manifestar “apoio incondicional” à Polícia Militar e ao secretário de Segurança Pública paulista, Guilherme Derrite. Após repercussão negativa, a publicação foi apagada.

Dias depois, no plenário do Senado, Seif reconheceu que havia compartilhado informações equivocadas sobre a vítima. “Descobrimos que o rapaz era um entregador de aplicativo. Repudio abusos de poder e agressões à sociedade, especialmente contra cidadãos desarmados”, declarou.

O MPF abriu uma notícia de fato para apurar se o senador cometeu o crime de apologia ao crime, que prevê pena de três a seis meses de detenção ou multa. O caso chegou ao STF no dia 21 de janeiro, mas ainda não foi designado um relator.

A decisão da Corte pode determinar os próximos passos dessa investigação, que já está gerando grande repercussão política e social.