STF começa a julgar morador de rua preso no 8 de Janeiro
O Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar Geraldo Filipe da Silva, uma pessoa em situação de rua, nesta sexta-feira (8/3). A Procuradoria-Geral da República (PGR) recuou da denúncia anterior e solicitou a absolvição de Silva, argumentando que ele não participou dos atos golpistas de 8 de janeiro. Silva ficou detido por 320 dias, conforme decisão do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.
Durante o processo, a PGR alterou completamente sua posição. Inicialmente, em fevereiro, o subprocurador-geral Carlos Frederico Santos denunciou Geraldo Filipe da Silva e outros detidos em Brasília por vários crimes, incluindo associação criminosa armada e golpe de Estado. Contudo, em novembro, a PGR solicitou a absolvição e a libertação de Silva, alegando falta de provas suficientes para processá-lo e sua não participação nos eventos golpistas.
Apesar da libertação provisória concedida por Moraes em novembro, o processo não foi arquivado. Atualmente, Silva está utilizando tornozeleira eletrônica, entre outras medidas cautelares. Em seu depoimento ao STF, policiais militares afirmaram que Silva estava sendo agredido por golpistas após ser acusado de incendiar uma viatura policial. Silva, por sua vez, alegou que estava em situação de rua há três meses na época dos eventos e que não participou ativamente dos atos, considerando sua prisão uma “deselegância”.