STF Fecha o Cerco: Bolsonaro e Aliados Perto de Virar Réus por suposta Tentativa de Golpe
Ministros já formam maioria para aceitar denúncia; Moraes aponta provas contundentes contra ex-presidente
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) já tem maioria para tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sete aliados réus por uma suposta tentativa de golpe após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022. O julgamento segue em andamento, mas três dos cinco ministros já votaram a favor do recebimento da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, votou para transformar Bolsonaro e seus aliados em réus, sendo acompanhado pelos ministros Flávio Dino e Luiz Fux. Agora, restam os votos de Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.
— A denúncia descreve de forma detalhada, com todos os elementos necessários, a tentativa de golpe e a tentativa de abolição violenta do Estado de Direito — afirmou Moraes, reforçando que Bolsonaro participou diretamente da articulação.
Além do ex-presidente, figuram como acusados o tenente-coronel Mauro Cid, os ex-ministros Braga Netto (Defesa e Casa Civil), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Anderson Torres (Justiça), Paulo Sérgio Nogueira (Defesa), além do ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, e o ex-diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem, atual deputado pelo PL-RJ.
“Golpe não se faz com Bíblia na mão”, rebate Dino
Durante o julgamento, o ministro Flávio Dino ironizou a tentativa de minimizar os atos de 8 de janeiro de 2023, quando bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes.
— Essa ideia de que eram apenas “velhinhas rezando com Bíblias” não se sustenta. Se alguém quer rezar, pode ir à Catedral de Brasília. Não há necessidade de estar em frente ao Congresso Nacional para isso — declarou Dino.
Ele também citou o filme Ainda Estou Aqui, vencedor do Oscar, para lembrar que golpes de Estado costumam resultar em tragédias.
O julgamento no STF ainda não foi concluído, mas a formação da maioria indica que Bolsonaro e seus aliados podem, em breve, responder formalmente na Justiça por tentarem subverter o resultado das eleições de 2022. Caso condenados, poderão enfrentar penas severas por seus atos.
