STF impede que criança tenha acesso a remédio de R$ 17 mi

STF impede que criança tenha acesso a remédio de R$ 17 mi

Ministro Gilmar Mendes atendeu um pedido da União e considerou “insustentável” o custo dos medicamentos para o SUS, suspendendo liminares

É revoltante ver como uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) está roubando a esperança de um pequeno garoto de apenas 4 anos. Lorenzo Aragão, que sofre com a Distrofia Muscular de Duchenne, uma doença cruel e progressiva, estava prestes a receber a única medicação capaz de interromper a degeneração dos seus músculos. O Elevidys, um remédio com um custo absurdo de R$ 17 milhões, foi prometido após uma decisão da Justiça Federal que obrigava o fornecimento do medicamento. Mas, em um golpe de desaprovação, o ministro Gilmar Mendes decidiu suspender todas as ordens para a compra.

Imaginem o desespero dessa família, que viu a decisão judicial inicial como uma luz no fim do túnel, apenas para ter essa esperança destruída. O governo tinha 30 dias para entregar o remédio, mas não fez isso a tempo. Quando a família estava pronta para forçar judicialmente a entrega do medicamento, a decisão de Mendes chegou como um balde de água fria. Em 28 de agosto, ele atendeu a um pedido da União e bloqueou a compra do remédio, só permitindo a entrega para crianças de 7 anos que já tivessem uma liminar. Como Lorenzo tem apenas 4, ele está fora dessa janela e continua a sofrer diariamente.

A mãe de Lorenzo está desesperada, dizendo que o filho está sendo privado do direito de viver uma vida normal, brincar e correr, coisas básicas que toda criança deveria ter. Ela descreve o sofrimento contínuo do filho: dores constantes, dificuldade para andar e o tormento de uma vida limitada pela doença.

Gilmar Mendes justificou sua decisão citando o custo exorbitante que isso representaria para o SUS, com um impacto estimado de R$ 1,155 bilhão se todos os pedidos fossem atendidos. Enquanto isso, Lorenzo e muitas outras crianças estão pagando o preço. As exceções na decisão não garantem um alívio imediato para a situação desesperadora dessas crianças, e a batalha continua.

É um exemplo cruel de como a burocracia e as decisões políticas podem esmagar a vida de quem mais precisa. A luta dessa família não é apenas por um medicamento, mas pela dignidade e qualidade de vida de um menino que deveria ter todo o direito de viver sem dor. A decisão parece uma forma de indiferente cálculo de custo, enquanto o sofrimento humano é deixado de lado.

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