
STF julga recurso de Carla Zambelli, que fugiu do Brasil após condenação
Parlamentar condenada por invadir sistema do CNJ tenta escapar da Justiça brasileira. Hacker Walter Delgatti também recorre.
O Supremo Tribunal Federal (STF) julga nesta sexta-feira (6) os recursos da deputada Carla Zambelli (PL) e do hacker Walter Delgatti Neto — sim, aquele mesmo que invadiu o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a mando dela. Ambos já foram condenados, mas tentam, na base do desespero, reverter suas penas.
O julgamento será virtual, entre 11h e 23h59, sob a condução do ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma do STF. Zambelli foi sentenciada no dia 14 de maio a 10 anos de prisão, em regime fechado, além da perda do mandato parlamentar. Só não está atrás das grades ainda porque há recursos pendentes — aquela famosa enrolação que a elite política adora usar para ganhar tempo.
E não parou por aí. Mostrando total desprezo pela Justiça, na última terça-feira (3), Zambelli anunciou que fugiu do Brasil rumo à Europa. Isso mesmo. Fugiu. Com todas as letras. O que obrigou o ministro Alexandre de Moraes a decretar, no dia seguinte (4), sua prisão preventiva.
Se os ministros rejeitarem o recurso no julgamento desta sexta, Moraes deve dar início imediato à execução da pena. A prisão deixaria de ser apenas preventiva — motivada pela fuga — e passaria a valer para cumprimento da sentença, ou seja, cadeia de verdade.
No despacho que mandou prender Zambelli, Moraes não poupou palavras. Disse que a deputada continua com “intuito criminoso ativo e reiterado” e segue insistindo, mesmo que “atabalhoada e confusa”, em espalhar mentiras, fake news sobre as eleições e atacar o Judiciário.
A coisa é tão séria que Moraes determinou o bloqueio do passaporte de Zambelli e ordenou que o nome dela fosse incluído na lista de difusão vermelha da Interpol, o que na prática significa ser procurada internacionalmente.
Aliás, os próprios especialistas ouvidos foram claros: até ela anunciar que estava fugindo, tecnicamente, não havia impedimento legal para sair do país, pois não havia uma medida cautelar anterior. Mas quando a própria deputada deixou claro que não pretende voltar ao Brasil tão cedo, aí a casa caiu.