STF mantém delação de Mauro Cid, reforçando investigações sobre suposto plano golpista

STF mantém delação de Mauro Cid, reforçando investigações sobre suposto plano golpista

Ministro Alexandre de Moraes valida colaboração ao considerar esclarecimentos prestados à Polícia Federal

Após uma longa audiência de três horas, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu pela continuidade do acordo de delação premiada firmado pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. A decisão foi tomada com base nos esclarecimentos que Cid prestou à Polícia Federal (PF), resolvendo contradições levantadas durante o depoimento realizado na última terça-feira (19).

A delação de Cid foi homologada por Moraes e, segundo a defesa, os benefícios acordados foram mantidos, visto que o colaborador respondeu às solicitações feitas. O conteúdo específico do depoimento permanece sob sigilo, mas foi encaminhado novamente à PF para complementar as investigações em curso.

Negativa sobre plano golpista

No depoimento, Mauro Cid negou envolvimento ou conhecimento de um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o próprio Moraes. Contudo, conforme apurações da Operação Contragolpe, um dos encontros que planejavam tais ações teria ocorrido em novembro de 2022, na casa do general Braga Netto, com a presença de Cid.

Desde 2023, o tenente-coronel colabora com as autoridades após firmar um acordo de delação, comprometendo-se a revelar fatos ocorridos no governo Bolsonaro. Entre os temas abordados estão irregularidades como a venda de joias sauditas e fraudes nos cartões de vacinação do ex-presidente.

Cid figura como um dos 37 indiciados no inquérito que investiga tentativas de golpe de Estado após a eleição de Lula. A manutenção de seu acordo de delação reflete a continuidade das investigações sobre o caso, que permanece como um dos capítulos mais delicados da política recente no Brasil.

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