STF mantém pena de 14 anos para Débora Rodrigues, símbolo do “Perdeu, mané”

STF mantém pena de 14 anos para Débora Rodrigues, símbolo do “Perdeu, mané”

Maioria dos ministros rejeita recurso da defesa e sustenta condenação por participação nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro; relator afirma que provas contra ela são “robustas e incontestáveis”.

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para manter a condenação de Débora Rodrigues dos Santos, que ganhou notoriedade após escrever “Perdeu, mané” na estátua da Justiça, em frente à sede da Corte, durante os ataques de 8 de janeiro de 2023.

Relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes votou pela manutenção da sentença, proferida em abril, que impôs a Débora uma pena de 14 anos de prisão e multa de R$ 50 mil. Acompanharam o voto os ministros Cristiano Zanin e Cármen Lúcia. Com isso, a maioria foi alcançada — já que a Primeira Turma conta com cinco ministros. Os votos de Flávio Dino e Luiz Fux ainda estão pendentes, mas o placar já está consolidado.

O julgamento ocorre em plenário virtual, ou seja, sem debate ao vivo entre os ministros. Eles apenas registram seus votos em um sistema eletrônico até sexta-feira (13).

A defesa da cabeleireira recorreu da sentença, alegando que ela havia confessado os crimes — o que, segundo o Código Penal, poderia servir como atenuante e reduzir a pena. No entanto, Moraes considerou que o STF analisou todas as provas de forma correta e que não há motivo para reavaliar a condenação. Para ele, o julgamento foi completo, justo e bem fundamentado.

“A decisão condenatória foi baseada em um conjunto sólido de provas, com análise detalhada da responsabilidade de Débora pelos crimes cometidos”, escreveu Moraes em seu voto.

A condenação de Débora inclui crimes como:

  • Tentativa de abolir violentamente o Estado Democrático de Direito
  • Tentativa de golpe de Estado
  • Dano qualificado
  • Deterioração de patrimônio tombado
  • Associação criminosa armada

Os votos sobre a pena variaram. Enquanto Moraes, Dino e Cármen Lúcia propuseram 14 anos de prisão, Zanin sugeriu 11 anos, e Fux, apenas um ano e seis meses. Apesar disso, a pena mais dura acabou prevalecendo.

Débora ficou quase dois anos presa preventivamente. Em março, o STF permitiu que ela fosse transferida para prisão domiciliar. Seu caso se tornou símbolo nas manifestações em defesa da anistia aos presos do 8 de janeiro. Políticos da oposição, que consideram a pena desproporcional, têm usado batons em protestos — em alusão ao gesto de Débora diante da estátua.

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