STF: Moraes Rejeita Recursos de Bolsonaro e Mantém Sigilo da Delação de Mauro Cid
Em uma decisão que reforça o cerco judicial ao ex-presidente Jair Bolsonaro, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta sexta-feira (11/10) contra dois recursos apresentados pela defesa do ex-chefe do Executivo. As tentativas de Bolsonaro de acessar os depoimentos de Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens, e de encerrar o inquérito sobre o vazamento de uma investigação sigilosa, foram rechaçadas por Moraes.
Bolsonaro havia solicitado acesso às informações da delação premiada de Mauro Cid, peça-chave em investigações que miram o ex-presidente e aliados, envolvendo temas como falsificação de dados vacinais e planos golpistas. Moraes, no entanto, argumentou que as investigações estão em andamento e que, conforme a legislação, o sigilo é necessário para garantir o sucesso das apurações.
Além disso, o ministro também rejeitou o pedido de Bolsonaro para arquivar a investigação sobre o vazamento de informações sigilosas da Polícia Federal, referentes ao ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2018. Segundo Moraes, a análise dos dados de Cid, determinada anteriormente, deve ser concluída antes de qualquer decisão final. Para ele, o relatório completo da PF, ao final, trará à tona todos os elementos que poderão ser usados tanto para incriminar quanto para beneficiar os acusados.
A delação de Mauro Cid tem sido um dos pontos centrais das investigações contra Bolsonaro, expondo uma série de possíveis crimes, enquanto o ex-presidente tenta barrar o avanço dos processos. A decisão de Moraes é mais um duro golpe nas tentativas de Bolsonaro de obter vantagem judicial e evitar a progressão das investigações que pesam contra ele e sua base política.
O STF ainda deve contar com os votos dos ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux para concluir o julgamento dos recursos. A postura de Moraes, no entanto, reforça que o ex-presidente segue cercado por uma série de investigações que podem comprometer ainda mais sua situação política e judicial.