
STF Recusa Devolver Relógios Rolex a Filho de Desembargador Afastado
Ministro Cristiano Zanin decide manter os bens sob investigação na Operação Sisamnes, que apura esquema de venda de sentenças.
O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido do advogado Mauro Thadeu Prado de Moraes para reaver dois relógios Rolex apreendidos na Operação Sisamnes. Filho do desembargador afastado Sebastião de Moraes Filho, Mauro Moraes alegou que os relógios foram presentes de formatura e possuem valor sentimental.
No entanto, Zanin argumentou que os bens podem estar relacionados a práticas ilícitas e ainda interessam às investigações. Por isso, decidiu mantê-los sob custódia. Além disso, o ministro também negou um pedido do advogado para viajar a São Paulo, onde ele pretendia acompanhar uma cirurgia da mãe, Marlene Prado Moraes.
O Caso e a Operação Sisamnes
A Operação Sisamnes foi deflagrada pela Polícia Federal em novembro de 2024 para investigar um suposto esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça de Mato Grosso. A apuração começou após a morte do advogado Roberto Zampieri, em dezembro de 2023, em Cuiabá.
As investigações apontam que Mauro Moraes teria sido beneficiado em um processo relatado por seu pai, Sebastião de Moraes, envolvendo o produtor rural José Pupin, conhecido como “Rei do Algodão” no estado.
A operação também resultou no afastamento de Sebastião de Moraes Filho e do desembargador João Ferreira Filho, além da prisão do lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, suspeito de intermediar a venda de sentenças. Os magistrados afastados estão sendo monitorados por tornozeleira eletrônica.
Entre os alvos de busca e apreensão estiveram empresários, advogados e servidores do Tribunal de Justiça. A Polícia Federal investiga crimes como corrupção, organização criminosa, exploração de prestígio e violação de sigilo funcional.