
STF rejeita pedido de Filipe Martins contra Dino, Zanin e Gonet, mas impasse permanece sobre Moraes
Maioria dos ministros vota contra afastamento de colegas do julgamento do 8 de Janeiro, mas divergência sobre permanência de Moraes mantém cenário indefinido.
A tentativa de Filipe Martins, ex-assessor internacional de Jair Bolsonaro, de afastar os ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin e o procurador-geral da República, Paulo Gonet, do julgamento sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022 foi rejeitada pela maioria do Supremo Tribunal Federal (STF).
Os ministros decidiram que Dino e Zanin, mesmo não podendo votar nos próprios casos, poderiam participar da votação sobre os colegas. O mesmo vale para Alexandre de Moraes, relator do processo — mas neste ponto, ainda não há consenso. O ministro André Mendonça discordou da permanência de Moraes, alegando “impedimento objetivo”.
Até o momento, votaram contra o pedido de Filipe Martins os ministros Luís Roberto Barroso (presidente do STF), Edson Fachin, Nunes Marques e Luiz Fux. Barroso afirmou que os fatos mencionados não configuram impedimento ou suspeição, lembrando que situações parecidas foram enfrentadas em julgamentos anteriores relacionados à defesa de Bolsonaro.
A denúncia contra Filipe Martins e outros envolvidos é parte do chamado “núcleo 2” da tentativa de golpe, que será analisado nos dias 22 e 23 de abril pela Primeira Turma do STF. No mês passado, o ex-presidente Bolsonaro e sete aliados viraram réus no mesmo processo.
Enquanto isso, o jogo político e jurídico segue em campo aberto — e o placar final, principalmente sobre Moraes, ainda está por ser definido.