Suplente do senador Alcolumbre ganha obras de R$ 354 milhões do Governo Lula
Uma construtora do Amapá, vinculada ao suplente do senador Davi Alcolumbre, foi habilitada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para executar contratos de obras no valor total de R$ 268 milhões entre o final de 2023 e o início de 2024. A LB Construções, pertencente a Breno Chaves Pinto, também conquistou três editais da Codevasf, somando R$ 86,5 milhões, de acordo com uma investigação da Folha de São Paulo publicada em 16 de janeiro.
O senador Davi Alcolumbre, presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, tem influência em votações cruciais, incluindo sabatinas de ministros. A LB Construções, ao vencer contratos com o Dnit e a Codevasf, conseguiu obras de pavimentação em trechos da BR-156 e em municípios do Amapá.
A Codevasf recebeu R$ 5,3 bilhões em emendas parlamentares, destinadas principalmente à pavimentação, embora historicamente atue em irrigação e segurança hídrica. Em agosto de 2023, Alcolumbre agradeceu ao presidente Lula pela liberação de recursos para as obras no Amapá.
O empresário Breno Chaves Pinto, associado a outra empresa, a Rio Pedreira, contratada em 2022 para um convênio entre o governo do Amapá e a Codevasf, enfrentou suspeitas de superfaturamento em um contrato com o Dnit. A Polícia Federal (PF) apontou indícios de fraude na compra e venda de madeira pela empresa de Breno.
Apesar das investigações, Alcolumbre negou irregularidades e afirmou não haver indícios de superfaturamento na execução ou no contrato da Rio Pedreira. A PF também apreendeu um empréstimo bancário de R$ 740 mil associado ao suplente, que alegou ser vítima de uma empresa subcontratada na operação.
Esta situação levanta preocupações sobre a transparência e possíveis influências políticas nas decisões de contratação e licitação de obras públicas, destacando a necessidade de avaliações rigorosas para garantir a integridade do processo.