Supremo forma maioria para rejeitar denúncia contra Gleisi por corrupção
O Supremo Tribunal Federal (STF) formou uma maioria para rejeitar a denúncia de corrupção apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR). Seis ministros do STF até agora sustentam que não existe justa causa para iniciar uma ação penal contra a parlamentar. O julgamento continua no plenário virtual até as 23h59 desta segunda-feira (20).
A denúncia, feita pela PGR em 2018 no âmbito da Lava Jato, alegava que a Odebrecht direcionou R$ 5 milhões para a campanha de Gleisi ao governo do Paraná em 2014, sendo R$ 3 milhões recebidos via caixa dois entre outubro e novembro daquele ano. A acusação afirmava que tais valores foram pagos em troca da influência de Gleisi e do ex-ministro Paulo Bernardo em projetos de interesse da empreiteira.
Em setembro deste ano, a PGR recuou e afirmou que não há justa causa para abrir uma ação penal contra Gleisi. O relator, ministro Edson Fachin, acatou essa posição, destacando “vácuos investigativos intransponíveis” na denúncia, como a falta de detalhes sobre quais projetos da Odebrecht seriam beneficiados pelos repasses de propinas.
Até o momento, Fachin foi seguido pelos ministros André Mendonça, Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes e pelo presidente do STF, Luís Roberto Barroso. Ainda faltam os votos de Nunes Marques, Luiz Fux e Gilmar Mendes. O ministro Cristiano Zanin, indicado por Lula, se declarou impedido de votar devido a seu envolvimento como advogado em um processo relacionado ao mesmo inquérito que investiga Gleisi. O julgamento pode ser suspenso se algum ministro pedir mais tempo de análise ou destacar o caso para discussão em sessões presenciais do STF. Além de Gleisi, a denúncia também envolvia o ex-ministro Paulo Bernardo e o ex-chefe de gabinete de Gleisi, Leones Dall’agnol.