Suspeito de envolvimento com Hezbollah teve negócios no Brasil
Mohamad Khir Abdulmajid, apontado pela Polícia Federal como o principal suspeito de recrutar brasileiros para o grupo libanês Hezbollah com a finalidade de realizar ataques terroristas, estava envolvido em negócios no Brasil antes de ser alvo das investigações. Ele era proprietário de restaurantes árabes em Brasília, bem como de tabacarias em Minas Gerais, além de ser indicado pela defesa de um investigado como parceiro de intermediação de negócios no Líbano.
Khir foi sócio de um pequeno restaurante de comida libanesa chamado Shisha, localizado na Asa Norte, em Brasília. O estabelecimento servia pratos da culinária árabe e oferecia narguilé aos clientes. Após sua gestão, o restaurante enfrentou problemas financeiros, deixando dívidas e processos de cobrança de bancos e proprietários.
Além disso, Khir foi apontado como parceiro de intermediação de negócios no Líbano. Em São Paulo, Jean Carlos de Souza, um dos investigados presos na Operação Trapiche, afirmou que tinha negócios com Khir, intermediando a compra e venda de café, açúcar e ouro. A defesa de Souza nega envolvimento com atividades terroristas, alegando que ele viajava frequentemente ao Líbano para facilitar transações comerciais.
A Operação Trapiche foi deflagrada pela PF, que considera Khir como integrante do Hezbollah e responsável por recrutar brasileiros para realizar atentados em troca de dinheiro. Investigadores encontraram fotos nas redes sociais de Khir vestindo uniforme militar do Hezbollah, apoiando o Exército do ditador sírio Bashar Al-Assad durante a guerra civil em 2016. Khir inicialmente estava sob suspeita de contrabando em 2021, mas a PF acabou relacionando seu nome ao terrorismo.