Suzane von Richthofen é Desclassificada em Concurso do Tribunal de Justiça de SP
Condenada pelo assassinato dos pais, ela não avançou para a segunda etapa; requisitos legais e antecedentes pesam na decisão
Cumprindo pena em regime aberto pelo assassinato dos pais, Suzane von Richthofen, de 41 anos, não foi aprovada na primeira fase do concurso público para escrevente técnico judiciário no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Os resultados, divulgados na última quinta-feira (21), não incluem seu nome na lista dos classificados para a próxima etapa.
Atualmente, Suzane utiliza o nome Suzane Louise Magnani Muniz, com o qual se inscreveu no concurso. Ela realizou a prova objetiva em Campinas, concorrendo a uma vaga com salário inicial de R$ 6.043, além de benefícios.
Alta concorrência e desafios legais
O concurso atraiu mais de 181 mil inscritos para 572 vagas, com uma média de 318 candidatos por vaga. Apesar de cumprir os requisitos básicos, como ter ensino médio completo e mais de 18 anos, Suzane enfrenta restrições devido à sua condenação.
Para assumir o cargo, o TJ exige comprovação de “boa conduta”, o que inclui atestados de antecedentes criminais e declarações sobre processos judiciais. No caso de Suzane, seus direitos políticos permanecem suspensos até 2038, conforme a sentença judicial.
Decisão do STF abre brecha
Uma decisão do Supremo Tribunal Federal em 2023 determinou que condenados podem ser nomeados para cargos públicos, desde que não haja incompatibilidade entre o crime cometido e a função a ser exercida. No entanto, a aplicação dessa norma para Suzane dependeria de avaliações específicas.
Histórico e reinvenção
Condenada a 38 anos de prisão pelo crime ocorrido em 2002, Suzane cumpre pena em liberdade desde janeiro de 2023. No final de 2022, ela alterou seu nome oficialmente, deixando de usar o “von Richthofen” e adotando o sobrenome de seu marido, em busca de uma nova identidade para reconstruir sua vida.
Mesmo com os avanços nos estudos – atualmente, Suzane cursa Direito em Bragança Paulista – o caminho para uma reintegração profissional em cargos públicos ainda enfrenta obstáculos legais e éticos.
