
Tarcísio Cria Comitê de Segurança e Expõe Derrite a Pressões Diretas
Ministério Público e Defensoria Pública cobrarão respostas sobre violência policial e uso de câmeras corporais
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), instituiu nesta segunda-feira (10) um Comitê de Assessoramento Estratégico de Segurança Pública, que coloca o secretário estadual de Segurança, Guilherme Derrite (PL), sob pressão direta do Ministério Público e da Defensoria Pública do Estado.
Derrite, que adota uma postura linha-dura na segurança pública e já admitiu ter sido afastado do batalhão de elite da Polícia Militar por excesso de mortes em serviço, agora enfrentará cobranças formais das instituições responsáveis pelo controle externo das polícias.
O comitê foi criado por meio de decreto publicado no Diário Oficial do Estado, sem cerimônia de anúncio. Nos bastidores, a medida é vista como uma tentativa do governo de responder à crise na segurança pública e também como um potencial fator de desgaste para Derrite, que já lida com críticas sobre o aumento da violência policial e suspeitas de envolvimento de agentes das Polícias Civil e Militar com o crime organizado.
O grupo contará, além de Derrite, com o comandante-geral da PM, coronel Cássio Araújo de Freitas; o delegado-geral da Polícia Civil, Artur José Dian; o controlador-geral do Estado, Wagner Rosário; a procuradora-geral do Estado, Inês Maria Coimbra; o procurador-geral de Justiça, Paulo Sérgio Oliveira e Costa; e a defensora pública-geral do Estado, Luciana Jordão. As reuniões serão convocadas diretamente pelo governador, mas alguns dos membros alegam que não foram previamente consultados sobre a iniciativa.
Com a Defensoria acionando a Justiça para obrigar o uso de câmeras corporais e o Ministério Público pressionando por um controle mais rigoroso da PM, o novo comitê se torna um palco direto para embates sobre a política de segurança do estado.