Tarifas de Trump apertam o cinto da GM, que prevê prejuízo bilionário em 2025

Tarifas de Trump apertam o cinto da GM, que prevê prejuízo bilionário em 2025

Mesmo com recuo parcial nas taxas de importação, montadora reduz projeções de lucro e alerta para queda na competitividade e nas vendas

A General Motors ligou o alerta e decidiu cortar suas projeções de lucro para 2025, em meio aos ventos nada favoráveis da política comercial do governo dos Estados Unidos. Segundo a montadora, o impacto das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump pode chegar a até US$ 5 bilhões neste ano.

A empresa já havia sinalizado no início da semana que estava revendo seus números por conta da escalada da guerra comercial. Nesta quinta-feira (1º), a GM atualizou oficialmente suas previsões e agora estima um lucro ajustado antes de juros e impostos (Ebitda) entre US$ 10 bilhões e US$ 12,5 bilhões. A expectativa anterior variava entre US$ 13,7 bilhões e US$ 15,7 bilhões.

Apesar de Trump ter afrouxado parte das tarifas de 25% sobre carros e autopeças — em um gesto visto como uma tentativa de apaziguar o setor — o alívio foi parcial. A própria GM admitiu que suas projeções iniciais não consideravam os efeitos dessas taxas, que agora ameaçam não apenas os lucros, mas também a competitividade da produção nacional.

Risco no retrovisor
Montadoras e analistas apontam que as tarifas podem provocar aumento de preços, desaceleração nas vendas e tornar as fábricas americanas menos competitivas globalmente. Ainda que o governo tenha descrito as mudanças como uma chance de realocar a produção para solo americano, os efeitos concretos seguem incertos.

Economistas alertam que a conta pode sobrar para o consumidor. As tarifas, segundo boa parte dos especialistas, tendem a pressionar os preços para cima e desacelerar a economia, minando justamente o setor que Trump diz tentar proteger.

“Seguimos atentos e em diálogo”
Em uma carta enviada aos acionistas nesta quinta-feira, a CEO da GM, Mary Barra, afirmou que a empresa continuará dialogando com o governo e acompanhando de perto as negociações com parceiros comerciais.

“Sabemos que há conversas em andamento que podem impactar diretamente nosso desempenho. Por isso, vamos agir com agilidade e responsabilidade, mantendo vocês informados conforme o cenário evolua”, disse ela.

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