
TCU aponta superfaturamento e propina nas obras da refinaria Abreu e Lima
Auditoria do Tribunal de Contas da União aponta R$ 412 milhões em sobrepreço e R$ 18 milhões em propina nos contratos de tubovias
O Tribunal de Contas da União (TCU) revelou irregularidades nos contratos para construção das tubovias da Refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca (PE). A auditoria identificou um sobrepreço de R$ 412 milhões em valores históricos — o equivalente a cerca de R$ 650 milhões com correção monetária — e apurou R$ 18 milhões em propina, sendo R$ 6 milhões destinados a agentes públicos ligados à cúpula da Petrobras na época.
As constatações são desdobramentos da Operação Lava-Jato e foram submetidas ao TCU desde 2016, com o voto final aprovado em setembro de 2024.
No caso, ex-gestores da estatal e empresas envolvidas foram responsabilizados, sendo obrigados a ressarcir o rombo estimado no erário. Em votação inovadora, o TCU decidiu que o ressarcimento será dividido proporcionalmente ao grau de culpa de cada indivíduo ou empresa, afastando a cobrança solidária até então aplicada.
Esses dados reforçam os escândalos de corrupção na Abreu e Lima, que acumula quase US$ 4,2 bilhões em sobrepreço total, segundo a CPI da Petrobras — além dos valores apontados pelo TCU e mencionados em delações premiadas.