
Temer Rebate Lula Sobre Impeachment de Dilma: “É uma Bobagem, Coitado”
Ex-presidente critica declaração de Lula e defende legitimidade do processo de impeachment de 2016
Em entrevista ao jornal O Globo, o ex-presidente Michel Temer respondeu às declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que recentemente classificou o impeachment de Dilma Rousseff como um “golpe”. Temer considerou a fala uma “bobagem” e disse que o comentário tem caráter “divisionista”, ao enfatizar a legitimidade do processo conduzido em 2016 com o respaldo do Congresso e do Supremo Tribunal Federal.
“É uma fala divisionista”
“É uma bobagem o que ele falou, coitado. Não ajuda. Ontem mesmo eu dizia que não queria comentar para evitar alimentar divisões no país. Essa fala é uma infelicidade, uma tentativa de dividir”, disse Temer na entrevista.
A declaração de Lula foi feita durante uma visita à galeria de ex-presidentes no Palácio do Planalto. Durante o evento, o presidente criticou a falta de informações detalhadas sobre os mandatos e declarou que o impeachment de Dilma foi fruto de um “golpe”, reforçando que Michel Temer assumiu a presidência sem ter sido eleito diretamente.
Polêmica reacende debate político
Lula afirmou: “O que eu quero é que contem a história. Dilma foi eleita, reeleita, depois sofreu impeachment, que foi um golpe. Depois esse aqui (apontando para Michel Temer) não foi eleito, tomou posse em função do impeachment da Dilma. E, depois, esse outro aqui (referindo-se a Jair Bolsonaro) foi eleito com base em mentiras. É isso que deve ser contado.”
A declaração gerou reação imediata, não apenas de Temer, mas também de outros políticos. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), reforçou a legalidade do processo. “A defesa da democracia passa necessariamente pelo respeito às instituições, como o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, que validaram o impeachment. Golpe é dizer o contrário”, afirmou.
Repercussões no MDB
As falas de Lula também geraram desconforto dentro do MDB, partido que atualmente ocupa três ministérios no governo federal. Apesar de integrar a base aliada no Congresso, o partido possui alas que historicamente se distanciam do PT.
A relação entre Lula e Temer nunca foi pacífica. Durante a campanha presidencial de 2022, Lula frequentemente se referiu a Temer como “golpista”, uma retórica que agora reacende tensões entre aliados e opositores do governo.
O episódio destaca a polarização política que ainda marca os debates sobre o impeachment de Dilma Rousseff e sua relevância para o cenário político atual.