
“Temos 11 Constituições”: Aldo Rebelo parte pra cima do STF após ameaça de prisão de Moraes
Ex-ministro se revolta, critica o Supremo e dispara: “Não aceito ser censurado”
O clima ferveu em Brasília. O ex-ministro da Defesa e ex-presidente da Câmara, Aldo Rebelo, publicou um vídeo nas redes sociais soltando o verbo contra o Supremo Tribunal Federal. A reação veio logo após ele prestar depoimento à Corte e ser ameaçado de prisão por desacato pelo ministro Alexandre de Moraes.
“Não temos mais Constituição no Brasil. O que existe hoje são 11 constituições ambulantes”, disparou Rebelo, num claro recado aos 11 ministros do STF.
🔥 Críticas diretas ao Supremo
O vídeo — na verdade, um trecho de uma entrevista antiga — ganhou força nas redes depois do bate-boca com Moraes. Rebelo acusa o Supremo de, ao longo dos anos, ter assumido para si o papel de árbitro até das disputas internas do Congresso.
Ele também criticou duramente a forma como os ministros são escolhidos, indicados diretamente pelo presidente da República. “Isso gera uma insegurança jurídica total. Para as pessoas, para as empresas, para o Congresso… você alimenta o crocodilo e, uma hora, será devorado por ele”, ironizou.
⚖️ A treta no depoimento
Rebelo foi chamado como testemunha de defesa do ex-comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, com quem trabalhou quando era ministro da Defesa entre 2015 e 2016. Garnier é um dos investigados no inquérito sobre a tentativa de golpe após as eleições de 2022.
No depoimento, Moraes questionou Rebelo sobre uma suposta declaração de Garnier, que teria colocado a Marinha à disposição de Bolsonaro. Rebelo retrucou, dizendo que aquilo era “força de expressão” e que não deveria ser levado ao pé da letra.
A resposta deixou Moraes irritado. Ele rebateu: “Se o senhor não estava presente na reunião, não pode avaliar a língua portuguesa do almirante. Atenha-se aos fatos.”
Rebelo, então, não se calou: “A avaliação da língua portuguesa é minha. E eu não aceito ser censurado por isso.”
O clima ficou ainda mais tenso quando Moraes ameaçou prendê-lo por desacato, pedindo que ele “se comportasse”. Rebelo respondeu, mantendo a calma, mas sem abaixar a cabeça: “Estou me comportando. O senhor vai me permitir concluir meu raciocínio?”
Moraes encerrou o embate ordenando que a testemunha se limitasse aos fatos, sem “juízo de valor”.
💥 Gafe ao vivo: microfone aberto, palavrão solto
E não foi só o embate com Moraes que deu o que falar. Durante o depoimento, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, se enrolou ao esquecer o microfone ligado. Enquanto o advogado de defesa discutia com Moraes, Gonet tampou a boca e soltou um sonoro: “Fiz uma cagada”.
O ministro pediu que ele reformulasse a pergunta e o constrangimento foi abafado… pelo menos oficialmente.