Tensão no Oriente Médio enterra diálogo nuclear entre EUA e Irã

Após ataques de Israel a instalações nucleares, Teerã suspende negociações e alerta que não voltará à mesa enquanto os bombardeios continuarem

As negociações sobre o programa nuclear do Irã, que estavam marcadas para este domingo (15), foram canceladas após a escalada de violência entre Israel e Teerã. O anúncio veio do governo de Omã, que atua como mediador entre Estados Unidos e Irã nas tratativas nucleares.

O estopim da crise foi o bombardeio israelense contra alvos no território iraniano, realizado na madrugada de sexta-feira (13). Segundo Tel Aviv, o ataque foi “preventivo” e tinha como foco instalações nucleares. Em resposta, o Irã lançou mísseis balísticos contra Jerusalém e Tel Aviv no mesmo dia, ampliando a tensão na região.

Neste sábado (14), o ministro das Relações Exteriores de Omã, Badr Albusaidi, confirmou que o encontro entre os dois países, previsto para acontecer em Mascate, foi suspenso. Apesar disso, ressaltou: “A diplomacia e o diálogo continuam sendo o único caminho possível para alcançar uma paz duradoura”.

Horas antes, o recém-eleito presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, já havia deixado claro ao presidente da França, Emmanuel Macron, que não seguiria com as negociações se os ataques israelenses continuassem. “O Irã não cederá a exigências absurdas feitas sob pressão e não participará de conversas enquanto o regime sionista mantiver sua agressão”, disse Pezeshkian, durante uma ligação telefônica com o francês.

Enquanto o conflito se intensifica, a perspectiva de um acordo nuclear parece cada vez mais distante, deixando o futuro da diplomacia pendurado por um fio.