Tensão no Oriente Médio: Houthis ameaçam atacar Israel se ofensiva em Gaza continuar

Grupo rebelde do Iêmen promete ampliar ataques e desafia Estados Unidos

Os rebeldes Houthis, do Iêmen, anunciaram nesta terça-feira (18) que vão atacar Israel “nas próximas horas e dias” caso os bombardeios contra Gaza não cessem. O alerta foi feito pelo porta-voz do grupo, Yahya Saree, em pronunciamento transmitido pela TV.

Aliados do Hamas e parte do chamado “Eixo da Resistência” apoiado pelo Irã, os Houthis justificaram a ameaça como uma retaliação ao fim do cessar-fogo e à retomada da ofensiva militar israelense sobre a Faixa de Gaza na noite da última segunda-feira (17).

“As Forças Armadas do Iêmen vão expandir seus alvos e continuar atacando até que a agressão contra Gaza termine, o bloqueio seja suspenso e a ajuda humanitária seja permitida na região”, declarou Saree.

Tensões aumentam com ataques no Mar Vermelho

Pouco antes do pronunciamento, um míssil disparado do Iêmen foi interceptado pelo Exército israelense. O projétil teria como alvo uma base aérea de Israel, acionando sirenes de alerta no país.

Desde outubro de 2023, quando o conflito em Gaza começou, os Houthis intensificaram ataques contra embarcações militares e comerciais ligadas a Israel e seus aliados no Mar Vermelho, uma das principais rotas marítimas do mundo.

Na última semana, o grupo já havia prometido retomar ataques contra Israel depois que o país bloqueou a entrada de ajuda humanitária em Gaza como parte das negociações pelo cessar-fogo.

Conflito com os Estados Unidos se agrava

Além de ameaçar Israel, os Houthis reafirmaram que estão em guerra com os Estados Unidos, em resposta aos bombardeios americanos contra posições do grupo no Iêmen no último fim de semana.

Em comunicado, os rebeldes afirmaram ter atingido embarcações militares americanas no Mar Vermelho, incluindo um ataque contra o grupo do porta-aviões Harry S. Truman, de onde partiram caças que bombardearam bases houthis nos últimos dias.

O presidente dos EUA, Donald Trump, alertou que qualquer ataque dos Houthis será considerado uma ação do Irã, prometendo represálias severas. “Cada míssil lançado pelos Houthis será tratado como um disparo iraniano, e o Irã será responsabilizado”, declarou Trump em sua rede social.

Enquanto isso, milhares de manifestantes saíram às ruas da capital do Iêmen, Sanaa, exibindo armas e cartazes com frases como “Morte aos Estados Unidos, morte a Israel”, demonstrando apoio ao grupo rebelde.

Os bombardeios americanos no fim de semana atingiram a capital e outras áreas do país, resultando em 53 mortos, incluindo cinco crianças, e quase 100 feridos, segundo os Houthis.

A escalada do conflito na região aumenta as tensões internacionais, com riscos de novos confrontos e impactos na estabilidade do Oriente Médio.