
Tensões na Coreia do Sul: Presidente Declara Lei Marcial e Parlamento Reage
Decisão para combater “ameaças pró-Coreia do Norte” provoca protestos e divide o país
O presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, surpreendeu o país nesta terça-feira (3) ao decretar lei marcial, medida extrema justificada como forma de enfrentar supostas ameaças comunistas e proteger a ordem constitucional. Esta é a primeira vez desde 1980 que o país recorre a esse recurso, e a decisão foi imediatamente contestada por políticos e manifestantes.
Medidas Severas e Controle Rígido
O decreto suspende atividades políticas, manifestações e greves, além de colocar a mídia sob controle militar, restringindo a liberdade de imprensa. Até médicos em greve foram ordenados a retornar ao trabalho sob ameaça de punições. Yoon defendeu a decisão como necessária para conter “elementos anti-Estado”, mas não especificou as alegadas ameaças que motivaram a ação.
Parlamento Derruba Decreto, Mas Crise Persiste
Em resposta, o Parlamento agiu rapidamente. Sob a liderança do presidente da Assembleia Nacional, Woo Won-sik, foi aprovada por unanimidade uma resolução que revoga a lei marcial. Apesar disso, Yoon ainda não reconheceu a decisão, intensificando as tensões entre os poderes executivo e legislativo.
Protestos nas Ruas e Confrontos com a Polícia
A declaração de lei marcial inflamou protestos em frente à Assembleia Nacional, em Seul. Manifestantes enfrentaram as forças de segurança, denunciando o decreto como uma tentativa do presidente de consolidar poder em meio à sua fragilidade política, marcada pela perda de apoio e dificuldades legislativas.
Feridas do Passado e Incertezas do Futuro
A imposição da lei marcial reabriu feridas na memória coletiva da Coreia do Sul, evocando lembranças de regimes autoritários. O país agora observa com apreensão os desdobramentos dessa crise, que expõe divisões políticas e deixa a população em um clima de incerteza.