
Tiro no Pé: Lula vê crime em tudo, menos na própria política🔍 Esqueceu, presidente?
O roubo dos aposentados do INSS também tem CNPJ e gabinete
Em discurso na sede da Interpol, na França, o presidente Lula resolveu posar de caçador de criminosos internacionais — e não economizou palavras para apontar o dedo. Segundo ele, o crime organizado hoje em dia não se limita mais a quadrilhas “pé de chinelo”, mas se esconde em grandes empresas, no futebol, no Judiciário… e, olha só, até na política!
Sim, ele disse isso: “O crime organizado está envolvido em toda parte da cultura, está no futebol, no Judiciário, nas empresas e na política”. Só esqueceu de incluir o velho e conhecido esquema de desvio de verbas públicas, o uso político de estatais, o loteamento de cargos, e claro, o já clássico: o roubo dos aposentados do INSS — um verdadeiro saque institucionalizado que passa todo mês pelo caixa eletrônico, sem capuz, sem arma, mas com selo oficial.
A fala foi feita diretamente ao delegado Valdecy Urquiza, primeiro brasileiro a assumir o comando da Interpol. Lula aproveitou para encher a bola da polícia, dizendo que hoje ela enfrenta “multinacionais do crime”. Mas a pergunta que não cala: quando o crime organizado usa terno, paletó e CPF de deputado, ainda vale investigar?
O mesmo presidente que discursou na ONU sobre justiça social e criticou os ricos por gastarem mais com armas do que com o povo, parece não perceber que, no Brasil, o crime muitas vezes veste vermelho, tem palanque, e ainda recebe título de “doutor honoris causa”.
Conveniente, não? Quando é no Judiciário alheio, é crime organizado. Quando é no balcão do Congresso ou em licitações “estrategicamente direcionadas”, é governabilidade.
Lula encerrou sua viagem pela França em Lyon, com essa fala sobre a atuação da polícia global. E agora volta para Brasília, onde, ironicamente, o crime organizado não está “lá fora”, mas muitas vezes do lado de dentro — do Palácio, do Congresso e, por que não, do próprio espelho.