Por que Pamela Hemphill, presa por invadir o Capitólio, rejeitou perdão de Trump

Por que Pamela Hemphill, presa por invadir o Capitólio, rejeitou perdão de Trump

Ex-participante do ataque ao Congresso dos EUA afirma que aceitar o perdão seria desrespeitoso e reitera: “Estávamos errados naquele dia.”

Pamela Hemphill, que cumpriu 60 dias de prisão por seu envolvimento na invasão ao Capitólio dos Estados Unidos em 6 de janeiro de 2021, recusou um perdão oferecido pelo ex-presidente Donald Trump. Em entrevista à BBC, Hemphill, conhecida nas redes sociais como “vovó MAGA”, criticou a iniciativa de Trump e afirmou: “Cometemos um erro naquele dia e infringimos a lei.”

A ex-participante do ataque explicou sua posição com firmeza: “Aceitar esse perdão seria desrespeitoso com os policiais do Capitólio, com o Estado de Direito e com o país. Eu me declarei culpada porque sou culpada, e um perdão só reforçaria as falsas narrativas promovidas por eles.”

Hemphill também acusou Trump e seus aliados de tentarem “reescrever a história”. “Não quero ser cúmplice dessa distorção. Estávamos errados, e não deveria haver perdões para isso”, reforçou durante sua participação no programa Newsday, da BBC.

A polêmica em torno dos perdões concedidos por Trump ganhou destaque pouco após ele assumir a presidência. Ele anunciou a intenção de reduzir ou anular as penas de quase 1.600 pessoas envolvidas no ataque ao Capitólio. “Essas pessoas já pagaram caro e foram tratadas de maneira cruel. Foi uma situação terrível e desumana”, disse Trump na terça-feira.

Por outro lado, a medida provocou desconforto dentro do próprio Partido Republicano. O senador Thom Tillis, da Carolina do Norte, declarou ser contrário à decisão, argumentando que ela coloca em risco a segurança do Capitólio. O senador James Lankford, de Oklahoma, também se posicionou contra: “Somos um partido que defende a lei e a ordem. Atacar um policial é algo muito sério e merece punição adequada.”

Entre os beneficiados pelo perdão está Jacob Chansley, conhecido como “Xamã do QAnon”, um dos rostos mais icônicos do ataque. Após cumprir 27 meses de sua sentença de 41 meses, ele foi libertado em 2023. Ao saber da notícia, Chansley relatou à BBC que comemorou com um grito de guerra nativo-americano e bradou “liberdade” com entusiasmo.

As decisões de Trump e as consequências do ataque ao Capitólio continuam a gerar debates acalorados, destacando as divisões no cenário político dos Estados Unidos.

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