TJ-SP reverte absolvição de Marcola e o condena a 6 anos por lavagem de dinheiro
Marcos Camacho, líder do PCC, e familiares usaram um salão de beleza e transações imobiliárias como fachada para ocultar bens ilegais. Defesa anuncia recurso ao STJ.
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) modificou uma decisão anterior da Justiça comum, que havia absolvido Marcola, líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), das acusações de lavagem de dinheiro e ocultação de bens. Marcola, sua esposa Cynthia e outros familiares estavam sendo investigados por usar um salão de beleza em São Paulo e uma transação imobiliária para disfarçar a origem de recursos ilícitos.
A sentença que reverteu a absolvição foi unânime e detalhou como o casal usou o salão “Divas Hair”, localizado na Zona Norte da cidade, para disfarçar grandes quantias em dinheiro. A operação foi realizada entre 2016 e 2018, e o volume financeiro movimentado era incompatível com a renda declarada pela família, cuja principal fonte de recursos seria o salão. Além disso, a transação de um imóvel de luxo em Carapicuíba, feita com pagamento em espécie, também foi apontada como parte da estratégia para ocultar os bens adquiridos com o dinheiro do crime.
O TJ-SP concluiu que Marcola e sua esposa tentaram dar uma aparência legítima aos valores ilícitos, utilizando as fases do processo de lavagem de dinheiro – colocação, ocultação e integração. Durante o período investigado, foram realizados vários depósitos de valores baixos, caracterizando a tentativa de dissimular a origem dos recursos.
Com a nova decisão, Marcola foi condenado a 6 anos e 4 meses de prisão em regime fechado, enquanto sua esposa recebeu uma pena de 4 anos em regime aberto. A defesa de Marcola já anunciou que recorrerá ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), buscando reverter a condenação, que consideram injusta e sem base sólida nas provas apresentadas.
Esse caso se soma a outros processos que envolvem a lavagem de dinheiro e a ação do PCC, e a condenação de Marcola é mais um capítulo em sua longa trajetória criminal, que já resultou em sua sentença de 330 anos de prisão.