Toffoli Avalia Responsabilidade das Redes Sociais por Conteúdo Ilegal Postado por Usuários

Toffoli Avalia Responsabilidade das Redes Sociais por Conteúdo Ilegal Postado por Usuários

Ministro do STF propõe mudanças significativas na responsabilização de plataformas de redes sociais durante julgamento de ações sobre o Marco Civil da Internet.

Texto reescrito:

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), retomou, nesta quinta-feira (5), a leitura de seu voto sobre um tema crucial: a possível responsabilização das redes sociais pelo conteúdo ilegal publicado por seus usuários. Toffoli é o relator de um dos processos que está sendo julgado e que trata da responsabilidade das empresas de redes sociais em relação aos conteúdos postados nas plataformas.

Na sessão anterior, o ministro sinalizou que, em seu entendimento, as redes sociais deveriam ser responsabilizadas por conteúdos ilícitos, declarando inconstitucional o Artigo 19 do Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014), que estabelece os direitos e deveres dos usuários e provedores de serviços de internet no Brasil.

O Artigo 19 determina que, para garantir a liberdade de expressão e evitar a censura, as plataformas só podem ser responsabilizadas por postagens de seus usuários caso não tomem providências para retirar conteúdos após uma ordem judicial. Toffoli, porém, questiona esse dispositivo e deve se pronunciar também sobre a obrigatoriedade de remoção extrajudicial desses conteúdos.

O julgamento, que envolve dois processos sobre a validade do Artigo 19, continuará com o voto do ministro Luiz Fux, relator de outro caso similar. Fux deverá abordar a questão da fiscalização de conteúdos ofensivos pelas empresas de internet, sem a necessidade de uma intervenção judicial prévia, como ocorreu no caso do Google.

Nos primeiros dias do julgamento, representantes das redes sociais argumentaram a favor da manutenção da regra atual, que só responsabiliza as plataformas após uma ordem judicial. Eles alegaram que realizar um monitoramento prévio poderia ser interpretado como censura, embora já realizem a remoção extrajudicial de conteúdos ilegais.

O julgamento ainda não tem previsão de término, e a decisão pode ter implicações significativas para a regulamentação da internet no Brasil.

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