Trégua entre Facções: PCC e CV Suspendem Conflitos em Cinco Estados
Lideranças do crime organizado articulam acordo inédito para reduzir tensões
Após anos de uma guerra violenta que resultou em centenas de mortes dentro e fora dos presídios, os líderes das duas maiores facções criminosas do Brasil, Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV), selaram uma trégua para reduzir os confrontos em cinco estados do país.
A iniciativa teria como objetivo não apenas reduzir os conflitos entre os grupos, mas também pressionar o sistema prisional federal para flexibilizar suas regras. O acordo foi firmado entre Marco Willian Herbas Camacho, conhecido como Marcola, e Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP. A informação foi confirmada por fontes do Metrópoles e do UOL, que conversaram com representantes do crime em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Ceará e Amazonas.
Segundo o promotor de Justiça de São Paulo, Lincoln Gakyia, desde a remoção de Marcola e outras lideranças do PCC para presídios federais em 2019, já havia conversas sobre uma possível trégua. “Agora, isso se concretizou”, afirmou Gakyia ao UOL.
Estratégia por trás da trégua
Além de tentar afrouxar as regras do sistema penitenciário federal, os grupos também teriam interesse em unir forças para planejar fugas de seus líderes e atuar em conjunto nas duas principais rotas de tráfico de cocaína do Brasil.
A trégua já começou a se refletir nas periferias. No Ceará, um líder comunitário que atua na mediação de conflitos entre facções confirmou que, na quarta-feira (12), o CV emitiu ordens proibindo ataques contra membros do PCC. Relatos semelhantes vieram de outros estados do Norte e Nordeste, onde agentes federais identificaram diretrizes semelhantes.
Embora a trégua represente uma mudança significativa na dinâmica das facções, autoridades de segurança ainda observam com cautela os desdobramentos desse pacto, alertando para possíveis reações e novos movimentos do crime organizado.
