Trégua entre Rússia e Ucrânia: Acusações de Violação e Tensão Durante o Dia da Vitória

Trégua entre Rússia e Ucrânia: Acusações de Violação e Tensão Durante o Dia da Vitória

Apesar do anúncio de uma pausa nas hostilidades, os ataques continuam e aumentam as tensões entre Moscou e Kiev.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou uma trégua de três dias no conflito com a Ucrânia, que entrou em vigor na manhã desta quinta-feira, coincidentemente durante as comemorações do 80º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial. A pausa foi descrita como um “gesto humanitário” por Putin, mas não durou muito antes que as acusações de violações surgissem.

Logo após a implementação da trégua, a Ucrânia acusou a Rússia de atacar a região de Sumy, no nordeste, com bombas guiadas. A Força Aérea ucraniana relatou que, embora o espaço aéreo não tivesse sido violado por mísseis ou drones, a aviação russa havia lançado ataques na área. A cidade de Bilopillia, que fica perto da fronteira com a Rússia, foi atingida, deixando uma bomba em uma área residencial.

A Ucrânia reagiu rapidamente, qualificando a trégua russa como uma “farsa” e pedindo um cessar-fogo de 30 dias. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, criticou a proposta, dizendo que a Rússia deveria se preocupar com a segurança de seus convidados, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que estaria em Moscou para as festividades.

O Exército russo, por sua vez, alegou que, embora estivesse cumprindo a trégua, estava “respondendo” aos ataques ucranianos, como se tivesse sido obrigado a agir devido a supostas violações do cessar-fogo por parte da Ucrânia.

Além dos ataques contínuos, a trégua ocorre no contexto de um desfile militar maciço em Moscou, com a presença de líderes internacionais, incluindo Lula e o presidente chinês, Xi Jinping. O evento é uma homenagem ao Dia da Vitória, em que a Rússia celebra sua derrota sobre a Alemanha nazista. Contudo, a Ucrânia denunciou que as comemorações não tinham nada a ver com a verdadeira vitória contra o nazismo, sugerindo que as forças russas, que marcham nas ruas de Moscou, estão envolvidas em crimes contra os ucranianos.

O cenário continua a ser um campo fértil para tensões, com a Rússia utilizando o patriotismo e o trauma da Segunda Guerra como combustível para sua narrativa política. Enquanto isso, a repressão interna na Rússia continua a crescer, com críticas ao governo sendo silenciadas e centenas de pessoas presas ou forçadas ao exílio.

A situação permanece crítica, com ambas as partes trocando acusações de violações, enquanto o mundo observa com cautela as movimentações de Putin e Zelensky.

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