Trégua temporária: Putin e Trump selam acordo para cessar ataques a energia na Ucrânia por 30 dias

Após duas horas de conversa, líderes discutem cessar-fogo e segurança global

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, aceitou uma proposta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para interromper por 30 dias os ataques às infraestruturas energéticas na Ucrânia e ordenou que o Exército russo cumpra a decisão. O anúncio foi feito nesta terça-feira (18) pelo Kremlin, que classificou o acordo como um “momento histórico”.

A conversa entre os dois líderes durou cerca de duas horas e abordou não apenas a guerra na Ucrânia, mas também temas como segurança internacional e possíveis negociações para um cessar-fogo mais amplo.

“Histórico e épico”, diz emissário russo

Kirill Dmitriev, representante do governo russo para cooperação internacional, celebrou o acordo com entusiasmo. “Sob a liderança do presidente Putin e do presidente Trump, o mundo se tornou um lugar muito mais seguro hoje! Histórico! Épico!”, declarou.

O telefonema já era esperado desde a semana passada, quando Moscou apresentou suas condições para negociar um cessar-fogo. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, já havia aceitado a proposta, mas os confrontos continuavam em regiões estratégicas como Kursk, na fronteira entre os dois países.

Conflito permanece indefinido

Apesar da trégua temporária, as negociações para um acordo mais amplo enfrentam entraves. Zelensky insiste que a soberania da Ucrânia não pode ser negociada, enquanto Putin exige garantias de que o país não entrará na OTAN e que as sanções contra Moscou sejam aliviadas.

Trump, por sua vez, comentou a situação das tropas ucranianas e sugeriu que a suspensão da ajuda militar americana pode ter sido um fator determinante para que Kiev aceitasse o cessar-fogo. “O que está acontecendo na Ucrânia não é bom, mas vamos ver se conseguimos chegar a um acordo de paz”, afirmou.

A Casa Branca destacou ainda que um dos pontos críticos das conversas foi o controle da usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, ocupada pelos russos desde os primeiros meses da guerra e considerada um risco para a estabilidade regional.

O acordo de 30 dias pode abrir espaço para novas rodadas de negociações, mas a incerteza persiste sobre o rumo do conflito.