Tribunal alinhado a Maduro o declara vencedor da eleição e ameaça candidato da oposição com sanções
O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela validou, na quinta-feira (22/08), os resultados das eleições presidenciais de 28 de julho, que confirmaram a vitória de Nicolás Maduro. A oposição, no entanto, rejeitou o resultado.
A câmara eleitoral do TSJ assumiu o caso após Maduro apresentar um recurso e ordenou a realização de uma análise no processo eleitoral. De acordo com a decisão, o tribunal afirmou que o material eleitoral foi validado de forma irrefutável e confirmou a eleição de Maduro como presidente.
O candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, foi citado por não ter comparecido a nenhuma etapa do processo, o que resultou na acusação de desrespeito à autoridade judicial. O TSJ ameaçou González com sanções previstas nas leis venezuelanas.
González declarou que não participaria do processo por acreditar que a câmara eleitoral havia usurpado as funções do Conselho Nacional Eleitoral (CNE). A juíza Caryslia Rodríguez, presidente do TSJ, também enviou a decisão à Procuradoria-Geral da República, que investiga crimes relacionados ao processo eleitoral, incluindo usurpação de funções e falsificação de documentos.
A oposição continua a questionar a legitimidade do TSJ e do CNE, com apoio de órgãos internacionais, como a missão das Nações Unidas, que apontou a falta de independência e imparcialidade dessas instituições.
A crise pós-eleitoral na Venezuela gerou protestos em todo o país, resultando na prisão de mais de 1,5 mil pessoas, segundo a ONG Foro Penal. O presidente Maduro planeja a criação de prisões de “segurança máxima” para deter manifestantes, que ele chama de “terroristas”.
O presidente brasileiro, Lula, tem buscado mediar a crise, juntamente com Colômbia e México, mas até o momento, a situação permanece tensa e sem resolução clara. Lula afirmou que, embora o processo seja conturbado, acredita que é necessário esperar pela apresentação dos dados eleitorais de forma confiável.
