Tribunal de Justiça de Goiás suspende desembargador que defendeu fim da PM em julgamento
Em 6 de novembro de 2023, o Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) decidiu suspender o desembargador Adriano Roberto Linhares Camargo, que defendeu o fim da Polícia Militar durante um julgamento ocorrido na última quarta-feira, dia 1º. A iniciativa foi proposta pelo presidente da corte, Carlos França, e recebeu o apoio de 18 votos a favor e 3 contrários. A suspensão determinada pelo Órgão Especial permanecerá em vigor até que seja tomada uma decisão sobre a abertura ou não de um processo administrativo disciplinar. Neste momento, o colegiado irá reavaliar a questão.
A Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (Asmego) afirmou que está analisando o ocorrido e oferecerá o suporte necessário ao associado para garantir o devido processo legal. O desembargador em questão optou por não se manifestar no momento, pois está se inteirando dos detalhes da ação.
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, se pronunciou em um vídeo nas redes sociais, sugerindo que o Conselho de Ética do TJ-GO deveria considerar o impeachment de Camargo. Caiado enfatizou que o desembargador demonstrou não possuir as qualidades mínimas necessárias para ocupar o cargo e que sua postura foi desrespeitosa e agressiva.
O desembargador, em sua declaração durante o julgamento por videoconferência, defendeu a substituição da Polícia Militar por uma abordagem diferente na investigação e repressão ao crime, alegando abuso de poder e desrespeito à legislação por parte dos policiais militares no caso em análise.
Após a repercussão do caso, o desembargador divulgou uma nota em que expressou sua consideração e admiração pela Polícia Militar, ressaltando a necessidade de constante estímulo e aprimoramento da instituição.
O TJ-GO, em nota, esclareceu que as opiniões expressas por magistrados em suas decisões refletem entendimentos pessoais, e que a instituição tem grande respeito pela Polícia Militar do Estado de Goiás, que historicamente tem prestado relevantes serviços à população. A Polícia Militar de Goiás solicitou providências junto à Procuradoria-Geral do Estado e à Secretaria de Segurança Pública em resposta aos comentários considerados distorcidos e prejudiciais à imagem da instituição e de seus membros.