
Trump ameaça com ataques mais violentos caso Irã não aceite novo acordo nuclear
Ex-presidente dos EUA diz que avisou Teerã sobre ofensiva israelense e alerta: “Os próximos ataques serão ainda mais brutais”
O ex-presidente americano Donald Trump revelou, em entrevista ao Wall Street Journal, que os Estados Unidos sabiam com antecedência sobre a ofensiva israelense contra o Irã, e chamou a ação de “extremamente bem-sucedida”. Segundo ele, a escalada militar pode piorar caso o governo iraniano não aceite um novo acordo nuclear. “O Irã ainda tem algo a oferecer, mas por pouco tempo”, declarou.
Os bombardeios israelenses, classificados como “ataques preventivos”, atingiram vários pontos estratégicos em território iraniano, incluindo centros ligados ao programa nuclear. O ataque matou o comandante da Guarda Revolucionária, Hossein Salami, e o chefe do Estado-Maior, Mohamed Bagheri. Teerã respondeu com drones e prometeu novas retaliações.
Trump afirmou que deu um ultimato a Teerã dois meses antes da ofensiva: “Vocês têm 60 dias para aceitar o acordo. No dia seguinte, veio o ataque.” Em uma publicação anterior na rede Truth Social, ele reforçou que havia alertado o Irã sobre a capacidade militar de Israel, que “possui os melhores equipamentos bélicos do mundo e sabe como usá-los”.
A ofensiva israelense mobilizou 200 aviões de combate e atingiu cerca de 100 alvos, incluindo instalações militares e nucleares. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou que o complexo de Natanz, conhecido por seu programa de enriquecimento de urânio, foi atingido, embora sem liberação de radiação.
Além das mortes de lideranças militares, ao menos seis cientistas nucleares foram mortos e mais de 50 civis ficaram feridos, entre eles mulheres e crianças. Prédios residenciais foram destruídos em Teerã, provocando pânico na capital iraniana.
O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, classificou a ação como necessária para impedir o avanço do programa nuclear do Irã, que, segundo ele, estaria próximo de um “ponto sem retorno”.
Washington e Tel Aviv acusam o Irã de tentar desenvolver armas nucleares — algo que o governo iraniano nega. Trump, em nova declaração à Fox News, afirmou categoricamente: “Teerã não pode, em hipótese alguma, ter uma bomba atômica”.
O Irã, por sua vez, responsabilizou os Estados Unidos pelos bombardeios, alegando que Israel não teria agido sem o aval americano. As tensões aumentam às vésperas de uma nova rodada de negociações nucleares, marcada para acontecer no domingo, em Omã.
Enquanto o Oriente Médio vive mais um capítulo de instabilidade e destruição, a diplomacia internacional corre contra o tempo para evitar um conflito ainda maior.