Trump ameaça, mas recua: “Khamenei é um alvo fácil, mas não agora”

Trump ameaça, mas recua: “Khamenei é um alvo fácil, mas não agora”

Enquanto bombardeios atingem Irã e Israel e aumentam as mortes, Trump antecipa volta do G7, convoca equipe de segurança e sinaliza que a eliminação do líder iraniano ainda está na mesa

Em meio ao agravamento da guerra entre Israel e Irã, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (17) que, apesar de saber o paradeiro do líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, não há planos imediatos para assassiná-lo — embora tenha deixado claro que isso pode mudar a qualquer momento.

“Sabemos exatamente onde o chamado ‘líder supremo’ está escondido. Ele seria um alvo fácil. Mas, por ora, vamos deixá-lo lá. No entanto, nossa paciência está se esgotando”, escreveu Trump na rede social Truth Social. Segundo ele, o objetivo é evitar mais ataques a civis e militares americanos.

A declaração veio poucas horas após o Exército de Israel anunciar que algumas lideranças iranianas teriam deixado o país. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, já havia dito que não descartava ordenar a morte de Khamenei.

Desde sexta-feira (13), os confrontos entre Israel e Irã deixaram pelo menos 248 mortos nos dois lados, segundo dados oficiais. O conflito entrou hoje em seu quinto dia com novos bombardeios atingindo cidades como Teerã e Natanz, esta última conhecida por abrigar instalações nucleares estratégicas.

Saída antecipada e reuniões de crise

Diante do cenário cada vez mais instável, Trump abandonou mais cedo a cúpula do G7 no Canadá e retornou a Washington. Ele convocou com urgência uma reunião com o Conselho de Segurança Nacional para tratar da escalada militar e das possíveis respostas americanas.

A imprensa dos EUA informou ainda que Trump voltou a pressionar o Irã a recuar no desenvolvimento de armas nucleares, afirmando que Teerã “não pode ter armamento atômico” e que a capital deveria ser evacuada — embora sem dar detalhes sobre o que isso significaria na prática.

Novas explosões e mortos dos dois lados

Na madrugada desta terça, agências iranianas reportaram fortes explosões em Teerã. Já em Tel Aviv, sirenes soaram logo após a meia-noite, e o som de novos ataques iranianos foi confirmado por autoridades locais.

De acordo com o governo iraniano, os ataques de Israel já causaram 224 mortes — a maioria civis. Em contrapartida, Israel informou que os bombardeios iranianos deixaram 24 civis mortos e forçaram mais de 3 mil pessoas a abandonarem suas casas.

Ambos os países prometeram continuar com os ataques, enquanto nos bastidores, o Irã tenta envolver aliados regionais — como Omã, Catar e Arábia Saudita — para pressionar os EUA a forçar Israel a aceitar um cessar-fogo.

Fontes ouvidas pela agência Reuters afirmam que Teerã estaria disposto a retomar negociações sobre seu programa nuclear se os bombardeios israelenses cessarem. O ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araqchi, sinalizou abertura para o diálogo, desde que haja uma interrupção imediata da ofensiva.

“Se Trump estiver realmente comprometido com a diplomacia e com o fim desta guerra, as próximas decisões serão cruciais”, afirmou Araqchi.

Reforços e tensão no ar

Apesar de negar envolvimento direto, o Pentágono confirmou o envio de reforços militares para o Oriente Médio. A Casa Branca insiste que sua prioridade é proteger suas tropas e instalações na região.

Enquanto isso, o mundo acompanha em alerta uma guerra que já ultrapassou a linha vermelha, com ameaças diretas a líderes e dezenas de civis mortos. Por ora, o aiatolá Khamenei segue vivo — mas com um alvo desenhado nas palavras de Trump.

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