Trump ameaça retomada do Canal do Panamá: acusações de taxas altas geram tensão internacional

Trump ameaça retomada do Canal do Panamá: acusações de taxas altas geram tensão internacional

Declarações inflamadas reacendem debate sobre autonomia e relações bilaterais

Em uma publicação polêmica na Truth Social, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, sugeriu a possibilidade de retomar o controle do Canal do Panamá, criticando o país por supostas taxas abusivas cobradas para o uso da passagem estratégica. Trump afirmou que os EUA não permitirão que o canal “caia em mãos erradas”.

“As taxas cobradas pelo Panamá são absurdas, considerando toda a generosidade que os EUA já demonstraram ao país. Esse canal foi uma doação baseada na cooperação. Se o compromisso com nossos princípios não for mantido, exigiremos a devolução total do Canal do Panamá”, escreveu Trump no sábado (21).

Histórico e implicações econômicas

O Canal do Panamá, construído em grande parte pelos Estados Unidos, esteve sob administração americana por décadas até ser devolvido ao controle total do Panamá em 1999, após um longo período de transição iniciado em 1977. Atualmente, a hidrovia é uma peça-chave do comércio marítimo global, representando 2,5% desse tráfego e garantindo a movimentação de até 14 mil navios por ano.

Além de servir como corredor estratégico para o comércio entre o Pacífico e o Atlântico, o canal é essencial para importações de automóveis e produtos dos EUA, bem como para exportações de commodities, incluindo gás natural liquefeito.

“Mãos erradas” e influência chinesa

Trump também insinuou preocupação com a influência da China no canal, mencionando que portos próximos à hidrovia são gerenciados por uma subsidiária de uma empresa de Hong Kong. Essa referência gerou especulações sobre possíveis disputas geopolíticas em torno da gestão do canal.

Reações no Panamá

As declarações provocaram reações imediatas de políticos panamenhos. A deputada Grace Hernandez, do partido de oposição MOCA, criticou Trump e pediu ao governo panamenho que proteja a autonomia do país. “É dever do governo defender nossa soberania como nação independente. Diplomacia exige firmeza diante de afirmações lamentáveis”, declarou Hernandez no X.

A embaixada do Panamá em Washington não se manifestou sobre o caso, mas a tensão evidencia o potencial de atrito nas relações entre os dois países.

Essa declaração de Trump não apenas reacende memórias históricas, mas também coloca em pauta debates sobre soberania, comércio global e alianças estratégicas.

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