
Trump Ameaça Tarifar Aço e Alumínio em 25%: Impacto para o Brasil
Medida pode afetar exportações brasileiras, mas governo já considera retaliação
Donald Trump voltou a ameaçar a economia global ao anunciar que pretende impor uma tarifa de 25% sobre as importações de aço e alumínio para os Estados Unidos. A declaração foi feita a bordo do Air Force One, na noite do último domingo (9), e deve ser oficializada nesta segunda-feira (10). O Brasil, um dos principais exportadores desses produtos para os EUA, está entre os países mais afetados.
O impacto no mercado brasileiro
De acordo com dados da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, em 2024 o Brasil exportou US$ 11,4 bilhões em ferro e aço, sendo que quase metade desse montante (US$ 5,7 bilhões) teve os EUA como destino. Hoje, o Brasil é o segundo maior fornecedor de aço para os Estados Unidos, perdendo apenas para o Canadá.
Com a possível nova tarifa, o setor siderúrgico brasileiro pode enfrentar dificuldades para manter sua competitividade no mercado norte-americano. Segundo Heverton Cardoso, CEO do grupo Innova Steel, a medida traria “desafios significativos” para os exportadores brasileiros. No entanto, ele destaca que um possível excedente de aço no mercado interno poderia contribuir para a redução da inflação do setor.
A reação do governo brasileiro
O governo brasileiro já monitora a situação e analisa possíveis retaliações. Segundo fontes internas, uma das estratégias em estudo é a taxação de empresas de tecnologia dos EUA, como Amazon, Meta (Facebook e Instagram), Google e Spotify, algo que já vem sendo debatido internacionalmente.
Essa não seria a primeira vez que Trump impõe tarifas sobre o setor. Durante seu primeiro mandato, ele estabeleceu taxas semelhantes, mas posteriormente concedeu isenções para alguns parceiros estratégicos, como Canadá, México e até mesmo o Brasil. Com Joe Biden, os EUA mantiveram essa flexibilização para certos países, incluindo União Europeia, Japão e Reino Unido.
Retaliação estratégica
A resposta brasileira pode ter um viés político, mirando setores que atingem a base eleitoral de Trump. Ao elevar tarifas sobre produtos norte-americanos estratégicos, o Brasil poderia pressionar o governo dos EUA a reconsiderar a medida.
O governo também avalia o impacto sobre as cadeias produtivas nacionais e como minimizar os prejuízos para a indústria e o mercado interno. Enquanto as negociações avançam nos bastidores, o setor siderúrgico segue em alerta para os próximos desdobrame