
Trump Assina Memorando que Impõe Tarifas Recíprocas a Países com Taxas de Importação aos EUA
Medida visa equilibrar o comércio internacional, mas especialistas temem que ela provoque uma guerra comercial global.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um memorando nesta quinta-feira (13) que estabelece tarifas recíprocas para os países que aplicam taxas de importação sobre produtos americanos. A decisão reflete a política de Trump de pressionar parceiros comerciais que, segundo ele, impõem barreiras ao comércio com os EUA.
O novo memorando não define tarifas específicas, mas estabelece uma abordagem geral para combater o que a Casa Branca considera desequilíbrios no comércio internacional. Em uma coletiva de imprensa, Trump afirmou que os países podem reduzir ou eliminar suas tarifas, criando um sistema mais equilibrado para todos os envolvidos.
A medida faz parte do que Trump chama de “Plano Justo e Recíproco”, que busca corrigir desigualdades no comércio e garantir condições justas para os produtos americanos. Um exemplo dado pela Casa Branca é o caso do etanol brasileiro: enquanto os EUA cobram uma tarifa de 2,5% sobre o etanol importado, o Brasil aplica uma tarifa de 18% sobre as exportações americanas. Isso resultou em uma balança comercial desfavorável, com os EUA importando mais etanol do Brasil do que exportaram para o país.
Outros exemplos incluem a União Europeia, que permite a exportação de mariscos para os EUA, mas impede a importação de mariscos de 48 estados americanos. Além disso, a UE cobra uma tarifa de 10% sobre carros importados, enquanto os EUA impõem apenas 2,5%.
Embora as tarifas não sejam aplicadas imediatamente, a equipe de comércio de Trump está analisando as relações bilaterais para decidir as próximas etapas. A medida, no entanto, tem gerado preocupações, pois pode acirrar ainda mais as tensões comerciais globais e resultar em uma guerra comercial, o que poderia afetar negativamente a inflação e o crescimento econômico mundial.
Além disso, o aumento das tarifas pode ter implicações diretas para a economia dos EUA, elevando os custos de insumos básicos e desencadeando aumentos em toda a cadeia de produção. Isso dificultaria ainda mais a tarefa do Federal Reserve de controlar a inflação e atingiria suas metas econômicas.
As políticas protecionistas de Trump, que incluem a imposição de tarifas a parceiros comerciais, têm sido vistas como uma estratégia para favorecer a indústria nacional e reduzir o déficit comercial dos EUA. Contudo, economistas temem que essas ações possam criar instabilidade econômica e prejudicar a recuperação econômica global.
O governo brasileiro, assim como outros mercados emergentes, acompanha de perto as consequências dessa política, que pode resultar em uma valorização do dólar, afetando as economias de países como o Brasil. A reação ao aumento das tarifas e à política de imigração de Trump será fundamental para moldar os próximos passos da economia global.