Trump dá ultimato ao Hamas e exige liberação de reféns: “Estou mandando a Israel tudo o que precisam para terminar o serviço”
Após cessar-fogo, presidente dos EUA ameaça e promete futuro promissor para Gaza, sem esclarecer detalhes.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez uma postagem contundente nesta quarta-feira (5) em suas redes sociais, pressionando o Hamas a liberar imediatamente os reféns israelenses mantidos no território de Gaza. Trump afirmou que está enviando a Israel o suporte militar necessário para “terminar o serviço”, em referência à contínua campanha de Israel contra o Hamas, que devastou Gaza e resultou em mais de 45 mil mortes, segundo o próprio grupo.
A primeira fase do cessar-fogo entre Israel e o Hamas terminou no sábado (1º), sem definição sobre o futuro das negociações. No dia seguinte, Israel interrompeu a entrada de ajuda humanitária em Gaza.
Trump, em tom ameaçador, escreveu: “Libertem todos os reféns agora, não depois, e devolvam imediatamente todos os corpos das pessoas que vocês assassinaram, ou ACABOU para vocês.” Ele também condenou a prática de manter corpos e, ao se referir à liderança do Hamas, alertou que esta é a última chance para os responsáveis saírem de Gaza. “Agora é a hora de deixar Gaza, enquanto ainda têm uma chance”, escreveu o presidente.
Em fevereiro, Trump, ao lado do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, sugeriu um plano ambicioso para transformar a Faixa de Gaza em um destino turístico, com resorts e uma economia voltada para o turismo, ideia que implicaria em deslocar palestinos para outros países árabes, o que foi interpretado por muitos como uma proposta de limpeza étnica.
Na postagem desta quarta-feira, Trump também mencionou um “futuro lindo” para os civis de Gaza, embora não tenha detalhado o que isso significaria. Ele reforçou sua mensagem: “Para o povo de Gaza: um belo futuro os aguarda, mas não se vocês mantiverem reféns. Se fizerem isso, estarão mortos! Tomem uma decisão inteligente.”
Além disso, a Liga Árabe anunciou um plano de reconstrução para Gaza, no valor de US$ 53 bilhões, mas que foi rejeitado pelos EUA e Israel. Esse plano inclui a reconciliação dos palestinos sob a liderança da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), excluindo o Hamas.
A primeira fase do cessar-fogo, que entrou em vigor em janeiro após mais de 15 meses de conflito, ainda aguarda avanços nas negociações para determinar os próximos passos. O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou para os riscos de um retorno à guerra, que seria “catastrófico” para todos os envolvidos.
