Trump desafia Justiça e deporta mais 17 suspeitos de gangues para El Salvador

Decisão ignora suspensão judicial e reforça aliança com Bukele

Os Estados Unidos deportaram neste domingo mais 17 indivíduos suspeitos de integrar as gangues Tren de Aragua e MS-13 para El Salvador, informou o secretário de Estado, Marco Rubio. A medida ocorreu apesar de uma suspensão temporária imposta pelo juiz James Boasberg, que bloqueou deportações baseadas na Lei do Inimigo Estrangeiro, de 1798.

Essa não é a primeira vez que o governo de Donald Trump ignora a decisão judicial. Há cerca de duas semanas, mais de 200 venezuelanos foram expulsos do país sob o mesmo argumento legal.

Em uma publicação na rede X, Rubio classificou a deportação como uma “operação antiterrorista bem-sucedida”, afirmando que a ação foi realizada em parceria com as autoridades salvadorenhas para “proteger a população americana”.

— Esses criminosos não aterrorizarão mais nossas comunidades nem nossos cidadãos — declarou Rubio.

O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, também se manifestou na plataforma, alegando que os deportados são “assassinos confirmados e criminosos de alto nível, incluindo seis estupradores de crianças”.

Rubio ainda agradeceu Bukele pela “colaboração inigualável” no combate ao “crime transnacional e ao terrorismo”.

Washington classifica as gangues Tren de Aragua e MS-13 como organizações terroristas globais. Em um decreto recente, Trump chegou a definir os membros do Tren de Aragua como inimigos de guerra. Muitos dos venezuelanos deportados anteriormente foram encaminhados ao Centro de Confinamento do Terrorismo (Cecot), uma mega prisão em El Salvador.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, criticou as deportações, acusando os EUA de “sequestrar” seus cidadãos e enviá-los para o que chamou de “campo de concentração nazista” em El Salvador. A Casa Branca, por sua vez, argumenta que Maduro está permitindo a infiltração de criminosos nos Estados Unidos.