
Trump diz que é hora de um acordo entre Irã e Israel, mas admite: “Às vezes, é preciso lutar antes de conversar”
Presidente dos EUA evita pressionar Israel, sugere possível envolvimento americano e minimiza chance de diálogo com Irã sob fogo cruzado
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo (15) que acredita ser o momento de um acordo entre Irã e Israel para tentar conter a escalada da guerra. No entanto, deixou claro que, na sua visão, confrontos fazem parte do processo até se chegar à mesa de negociações.
“Acho que está na hora de um acordo, mas às vezes eles precisam lutar antes disso. Vamos ver como as coisas se desenrolam”, declarou Trump ao sair da Casa Branca a caminho do Canadá, onde participa da cúpula do G7.
Apesar do tom de apelo à diplomacia, Trump evitou dizer se pressionou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a interromper os ataques. Limitou-se a dizer que os Estados Unidos seguem apoiando a defesa do seu principal aliado na região.
Mais cedo, em entrevista à ABC News, Trump admitiu a possibilidade de os EUA se envolverem diretamente no conflito, mas disse que, por enquanto, isso não aconteceu. “Não estamos participando neste momento. Pode ser que entremos, mas agora não estamos”, afirmou.
Sobre a retomada das negociações nucleares com o Irã, Trump não falou em prazos, mas disse que os canais de diálogo seguem abertos. “Eles querem chegar a um acordo. Uma hora ou outra isso teria que acontecer.”
Enquanto Trump tenta manter a diplomacia viva, a realidade no campo de batalha é outra. Neste domingo, novas trocas de ataques entre Irã e Israel resultaram em mais vítimas. Segundo o Ministério da Saúde iraniano, 224 pessoas morreram desde o início do conflito. Do lado israelense, o governo confirmou 13 mortos.
Segundo a agência Reuters, Teerã informou aos países mediadores — Catar e Omã — que não aceitará negociar um cessar-fogo enquanto continuar sendo atacado. Autoridades iranianas teriam dito que só vão discutir seriamente uma trégua depois de concluírem suas “respostas aos ataques preventivos” de Israel.
Omã e Catar têm sido peças-chave em tentativas de diálogo na região, mantendo canais abertos tanto com o Irã quanto com os Estados Unidos e Israel. Porém, com o agravamento do conflito, até os esforços diplomáticos desses países estão em compasso de espera.