Trump Impõe Tarifa de 10% ao Brasil e Aumenta Tensão no Comércio Global
Tarifaço do ex-presidente americano atinge importações e preocupa setor econômico brasileiro
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (2/4) um novo pacote de tarifas sobre produtos importados, impactando diretamente o Brasil, que terá uma taxação de 10% sobre suas exportações para o mercado americano.
Entre as medidas mais severas, está a imposição de uma tarifa de 25% sobre automóveis fabricados fora dos Estados Unidos, medida que entra em vigor já a partir desta quinta-feira (3/4). Além do Brasil, outros países como Reino Unido, Austrália e Cingapura também foram afetados pelo novo tarifaço.
Impacto para o Brasil e resposta do governo Lula
A decisão de Trump acendeu um alerta no setor econômico brasileiro, especialmente entre os exportadores de aço e alumínio, que já enfrentam barreiras desde 2024. O etanol brasileiro também aparece como um dos alvos da disputa, já que os Estados Unidos cobram uma tarifa de apenas 2,5% sobre o produto importado, enquanto o Brasil aplica uma taxa de 18% sobre o etanol americano.
Em resposta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a medida e afirmou que o Brasil recorrerá à Organização Mundial do Comércio (OMC). Caso não haja uma solução diplomática, o governo brasileiro estuda adotar sanções contra produtos norte-americanos.
No Congresso, senadores e deputados discutem ações para proteger a economia nacional. Nesta terça-feira (1º/4), o Senado aprovou o Projeto de Lei da Reciprocidade Econômica, que permite ao Brasil retaliar barreiras comerciais impostas por outros países. O projeto agora segue para a Câmara dos Deputados para análise urgente.
Reação internacional e possível guerra comercial
A decisão de Trump gerou reações imediatas ao redor do mundo. O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, criticou duramente a postura americana, afirmando que as medidas rompem a parceria comercial entre os países. A União Europeia também prometeu retaliações, prevendo a aplicação de 26 bilhões de euros em tarifas sobre produtos norte-americanos.
Já a China alertou que as novas barreiras tarifárias poderão prejudicar o comércio global, enquanto o México optou por uma abordagem mais cautelosa, defendendo o diálogo em vez de sanções imediatas.
A política protecionista de Trump, chamada por ele de “Dia da Libertação”, faz parte de sua estratégia para reduzir a dependência dos EUA de importações e fortalecer a indústria nacional. No entanto, especialistas alertam que esse tipo de medida pode gerar um efeito cascata, intensificando tensões comerciais e levando a um cenário de guerra tarifária entre as grandes economias do mundo.
